Tablets no banco, o novo acesso 360º

Longe vai o tempo em que os bancos de suplentes eram apenas casas de observação a olhómetro.

Treinadores, equipas técnicas, médicas, diretores e jogadores sentavam-se com as mesmas ferramentas que os adeptos na bancada, apenas com uma visão mais aproximada do campo.

Arrisco-me a dizer que, a determinada altura, os adeptos na bancada, com um pouco de criatividade, até tinham mais informação do que quem se sentava no banco.

Os pulos e avanços trouxeram-nos para uma nova era nos bancos de suplentes, a da visão 360º. Os treinadores começaram por ver largamente estendidas as suas equipas técnicas, que, a partir de locais superiores da bancada, enviavam informações via áudio para o banco, enquanto compilavam lances de vídeo para serem mostrados ao intervalo.

Hoje já estamos noutro nível. Já reparou nos tablets que existem em frente aos bancos de suplentes? Representam a ligação umbilical entre o que se joga no campo e a ciência à volta dele. 

Tablet usado pelas equipas técnicas @Getty /

Para estes tablets correm rios de gigabytes de informação a cada segundo. A principal função é colocar a transmissão televisiva disponível no banco, mas não se esgota aí.  Num clique, a equipa técnica consegue saber os dados físicos e de GPS dos jogadores, ou receber vídeos de lances cortados segundos antes.

Em Portugal, esta é apenas a segunda época em que estes equipamentos são permitidos, sendo que a tecnologia começou por ser autorizada já há vários anos na Champions League e em outras ligas internacionais.

Nos momentos mais quentes dos jogos, o que temos visto são os treinadores a tentarem antecipar decisões do VAR, pressionarem para o fora-de-jogo mal assinalado, ou o penálti por marcar. Mas acredito que, na sombra desses momentos, esta tecnologia é bem mais útil do que isso e ajuda o jogo de futebol a evoluir.