Tondela continua a ser terreno maldito para Luís Castro. Depois de aqui perder no comando técnico de Chaves, Rio Ave e FC Porto B, mais um desaire para o agora treinador de um Vitória SC que tinha arrancado um ponto ao líder deste campeonato mas mostrou esta noite que tem muito por onde melhorar para aspirar a chegar à zona europeia.
Um Tondela audacioso, à procura do espaço nas costas da defesa vitoriana para fazer cair o favorito em campo, somou três pontos preciosos na luta pela manutenção graças a um remate de Delgado que Douglas não soube segurar.
Uma longa distância separa Tondela e Vitória SC na classificação, mas o jogo parecia desde cedo ser entre vizinhos de tabela. Aliás, quando apareciam as oportunidades mais flagrantes e se descobriam espaços entre o equilíbrio a meio-campo, essas pertenciam aos tondelenses, que lutam para não descer mas traziam já boas indicações (e um ponto) de Vila do Conde.
Depois do primeiro quarto de hora que tantas e tantas vezes é de avaliação mútua e para que as equipas se situem no jogo, os desequilíbrios apareceram perto da baliza de Douglas: primeiro foi na sequência de uma saída do guarda-redes vitoriano que permitiu a Delgado contorná-lo e cruzar em busca de Tomané que, com a baliza à mercê mas apertado por um adversário, não conseguiu abrir o marcador.
Sem ser preciso que se jogasse muito mais tempo, veio mais um par de ocasiões tondelenses, com António Xavier a testar a atenção de Douglas e Ricardo Costa, na sequência de um canto, a deixar passar em claro uma ocasião de ouro. As oportunidades mostravam-no, a frequência com que a bola passava para as costas da defesa vitoriana também: o Tondela estava bem por cima nesta fase.
Via-se Luís Castro a esbracejar desde o banco, a procurar correções que permitissem a uma equipa que luta para chegar à zona europeia não perder o fio do jogo e não perder de vista a baliza de Cláudio Ramos. Ainda que não com o critério na construção ofensiva que se pedia, lá veio na última fase da primeira parte alguma dose de ameaça junto à baliza de Cláudio Ramos que tinha na retaguarda os sempre efusivos adeptos vitorianos.
Pepê, outra vez aposta perante nova ausência de André André, fez a bola embater na malha lateral e dar ilusão de golo e quando o árbitro apontou para a marca de grande penalidade por alegada mão de Bruno Monteiro houve mesmo quem festejasse o apito como se de um golo se tratasse, mas a decisão foi anulada por fora-de-jogo e o hipotético golo que penalizaria demasiado o Tondela não surgiu.
O Vitória estava mais do que avisado depois das dificuldades sentidas na primeira metade e Luís Castro não tardou a mexer na equipa e a promover uma entrada de Rochinha com muito mais tempo pela frente do que contra o FC Porto, mas foi logo depois dessa mudança que o golo surgiu.
Um passe muito longo e exímio de Xavier descobriu Delgado a irromper nas costas da defesa vitoriana, como outros já haviam antes feito, e desta vez a ameaça foi consumada, com Douglas a ficar mal na fotografia. Da direita, o chileno Juan Delgado atirou e viu o guardião brasileiro deixar a bola fugir para o fundo das redes, com o Tondela a ver recompensada a audácia.
Luís Castro tentou com Welthon, tentou com Ola John, mas os vitorianos não descobriram o caminho do empate numa reta final muito faltosa e sofreram um duro golpe nas ambições para esta Liga NOS. O vizinho Moreirense já está três pontos acima. E o Tondela? Respira melhor, muito melhor.