Depois de arrancar a nova época com um triunfo na Supertaça, o Benfica tropeçou na jornada inaugural da Liga Portugal Betclic. O campeão nacional, numa partida onde esteve a vencer por duas vezes e até em inferioridade numérica, perdeu por 3-2 no Estádio do Bessa.
Jogo difícil para os encarnados, marcado pela expulsão de Musa, numa fase precoce do segundo tempo, e que deu alento ao Boavista para sonhar com algo mais do encontro. Apesar de bons momentos com 10 jogadores, que permitiram o 1-2, um penálti perto do fim permitiu que os visitados sonhassem com um triunfo que acabou por surgir no largo tempo de compensação, com Bozenik a assumir o papel de grande herói. Minutos finais absolutamente loucos e alucinantes...
Encontrar o código do cofre, protegido por um jovem que necessitou de assumir a baliza, estava a ser uma missão árdua. O Benfica, com Musa e Jurasék no onze, não perdeu o controlo, mas a verdade é que necessitou de se aplicar defensivamente.
🚨É a segunda vez na história que o 🔴Benfica sofre uma reviravolta no 🏟️Bessa após ir com vantagem ao intervalo:
2017/18 V 2-1 Boavista
2023/24 V 3-2 Boavista pic.twitter.com/ohoQ7W7DAs
— Playmaker (@playmaker_PT) August 14, 2023
A atitude do Boavista, ainda envolvido em incógnitas no que concerne à composição do plantel, é inegociável para Petit. Não só competitiva, como tática. E a Pantera, de facto, mostrou-se incisiva, agressiva e a explorar os espaços entre lateral/central, sobretudo do lado do mais verdinho Jurásek.
Faltou, evidentemente, um remate à baliza de Odysseas e as decisões de Tiago Morais, Reisinho ou Bozenik nunca foram as melhores. No outro extremo, foi Aursnes, por sua vez, o único a testar João Gonçalves à queima roupa, e o Benfica dava sinais de que um golo poderia acontecer a qualquer momento, embora o adversário estivesse a ocupar bem os espaços em zona central.
Num lance rápido, onde Rafa ficou na cara de Abascal, o uruguaio chegou tarde, calculou mal, o extremo progrediu e assistiu para golo fácil de Di María, que marcou pelo segundo jogo oficial consecutivo.
O 0-1 imprimiu maior tranquilidade e os encarnados foram, a partir daí, donos e senhores dos últimos 20 e poucos minutos. O Boavista sentiu o peso.
A atitude boavisteira voltou a sobressair-se. Nos primeiros dez minutos, o perigo rondou a área vermelha e branca e a preocupação de Roger Schmidt foi visível. Pior ficou quando Musa, com uma entrada dura sobre Abascal, recebeu ordem de expulsão, vestindo um fato diferente daquele que usara na Supertaça.
Nos últimos quatro jogos no Bessa, o 🏁Boavista só perdeu um encontro frente ao 🔴Benfica: 2V, 1E, 1D.
Nessas duas vitórias dos axadrezados frente às águias, o Boavista marcou em cada jogo três golos. pic.twitter.com/4mMnmQ6yax
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No livre resultante, perante a insistência, Bozenik, colega de posição, atirou para o 1-1 e festejou efusivamente, levando a massa adepta caseira a acreditar numa eventual reviravolta.
A ideia de Schmidt passou, no imediato, por proteger a equipa com a entrada de Morato no lugar de Di María, alterando para um esquema de três defesas. Inversamente ao esperado, o Benfica conseguiu ser superior em determinados períodos, mesmo em inferioridade numérica.
A barra tirou a oportunidade a Rafa de «castigar» uma desatenção de Filipe Ferreira, mas, à segunda, não perdoou. E só à terceira tentativa é que conseguiu bater João Gonçalves para uma enorme explosão de alegria na preenchida bancada visitante.
A vantagem foi agarrada novamente... e voltou a fugir. Isto porque o Boavista, a transparecer alguma desorientação, conquistou uma grande penalidade fruto de desatenção defensiva - Bozenik ficou soltou quando não devia - e estabeleceu o 2-2.
Os minutos finais, tão inacreditáveis como incríveis, viraram tudo do avesso outra vez. Bruno Lourenço recebeu ordem de expulsão por dura entrada, a barra de João Gonçalves sofreu um forte abalo com remate de Neres e, numa jogada de contra-ataque, com o Benfica descompensado, Bozenik faturou o 3-2 final. De perder o fôlego!
Mais um grande jogo de futebol. Repleto de incidências, más e boas decisões, agressividade, esperança e muito apoio nas bancadas. Na reta final, o curso do encontro virou de pernas para o ar e a emoção teve nos píncaros.
Com a expulsão de Musa, Roger Schmidt optou por colocar Morato e dar maior estabilidade defensiva à equipa. O Benfica melhorou e até esteve por cima em determinados períodos do segundo - inclusive chegou ao 1-2 -, mas a verdade é que a vantagem perdeu-se por erros defensivos e faltou algum poder no ataque.