Gonçalo Paciência terminou a ligação em definitivo com o FC Porto para rumar ao futebol alemão, mais precisamente ao Eintracht Frankfurt, adversário do Benfica nos quartos de final da Liga Europa, e o clube germânico tem sido uma das maiores surpresas do momento no futebol europeu. Em entrevista ao jornal A Bola, o jovem avançado falou dos motivos que o levaram a sair do Dragão e que deixaram o clube orfão de membros da família Paciência.
«De facto, fui eu que saí, foi o meu irmão que teve ir para o Boavista, mas que agora está no Benfica. Verdade seja dita que os meus últimos seis meses de ligação ao FC Porto não foram o que estava à espera. É certo que conquistei um título de campeão nacional, claramente a melhor coisa que sucedeu nessa etapa final da ligação ao FC Porto, mas achei que tinha de mudar de ares e tomei a decisão mais acertada. Também estou muito feliz onde estou. Quanto ao final da dinastia, é o que é... Foi estanho, porque foram 17 anos de ligação. Antes houvera a ligação do meu pai. Mas como ainda não há netos, quem sabe», disse o internacional português.
«A tendência natural era falarmos numa eliminatória de 50/50, em que as duas equipas partem com a mesma dose de favoritismo. Porém, nem isso é verdade. O Benfica, pela sua longa história nas competições europeias, é o favorito. Ao contrário do Eintracht [Frankfurt], o Benfica está sempre nas grandes provas. Mais do que isso: o Benfica está num momento muito bom, tem uma equipa com enorme qualidade e perfeitamente capaz de se bater com os maiores Europa (...)», afirmou, garantindo não estar surpreendido com a liderança dos encarnados no campeonato.
Quanto a Bruno Lage, Paciência deixou elogios ao técnico que conhece bem e que «deu uma nova vida» ao Benfica.
«O Bruno Lage não se limitou a apostar nos jovens porque sim, porque é bonito e ficaria bem na fotografia. Fê-lo porque são jovens com imensa qualidade e totalmente preparados para as duras batalhas da Liga e da Liga Europa. Ele conhece-os muito bem, sabe explorar o melhor que cada um tem. E os próprios jogadores sabem que, mesmo protagonizando um jogo menos conseguido ou comentendo uma falha acidental, Bruno Lage não os arrumará da equipa, não os encostará nem os punirá. Não imaginam como é bom para um jovem que está a dar os primeiros passos no profissionalismo sentir que tem total apoio e confiança do treinador (...), atirou.
Por fim, o português descreveu a Bundesliga como «um campeonato altamente competitivo, fantástico e muito forte», defendeu a chamada de Dyego Sousa à seleção nacional e reforço a vontade de envergar de novo a camisola das quinas.«É inegável que este campeonato tem uma enorme visibilidade. Num campeonato forte e competitivo como este, também tenho hipótese de me tornar muito melhor jogador. Acabei por chegar à seleção no V. Setúbal, prova de que quando se trabalha, jogue-se em que clube for ou em que liga for, temos mais possibilidades de concretizar os objetivos. Não interessa onde se está, mas a qualidade que se revela. No Eintracht [Frankfurt] espero ser muito feliz, pois está nos meus objetivos regressar à Seleção. Vou trabalhar para isso», rematou, referindo, ainda, que a chamada de Dyego Sousa «faz todo o sentido».