O Famalicão empatou na receção ao Portimonense (2-2) e está cada vez mais confortável na tabela (36 pontos), numa partida em que jogou - a partir dos 34' - com menos um elemento. Do lado algarvio, a desilusão foi a faceta comum em todos os jogadores.
Mesmo com mais um em campo - e com vários fatores a jogar a seu favor, nomeadamente ter visto o adversário falhar um penálti em cima do primeiro tempo -, Paulo Sérgio não se libertou da zona de play-off de despromoção (28 pontos).
Em relação ao jogo, Cádiz bisou e foi a faceta da redenção famalicense - foi também o homem que falhou o penálti -, enquanto Alemão e Carlinhos foram os destaques algarvios.
Houve «dois jogos» em Famalicão. Um antes e outro depois da pausa para hidratação. O primeiro - até aos 26' -, marcado pelo domínio total do Famalicão e, os restantes 20 minutos, marcados pelo domínio total da equipa algarvia.
Não obstante, importa sublinhar - apesar do domínio famalicense -, foi o Portimonense quem chegou ao golo. Ao minuto sete, na sequência de uma bola parada, Carlinhos cruzou de forma perfeita e Alemão, solto de marcação, não facilitou na cara de Luiz Júnior.
Depois do golo ao minuto sete - completamente contra a corrente, diga-se -, o Portimonense passou por muitas dificuldades - Famalicão criou cinco oportunidades muito boas para marcar -, mas, para alívio de Paulo Sérgio, chegou a bendita pausa para hidratação. Poucos minutos depois do pequeno timeout, um erro de Riccieli alavancou um ataque rápido algarvio e tudo mudou.
Justin de Haas travou Hélio - que seguia isolado na cara do golo -, viu vermelho direto e, a partir daqui, o Portimonense esteve - com naturalidade - por cima. Ainda assim, curiosamente, a maior chance pertenceu aos homens da casa perto do fim do primeiro tempo: de grande penalidade, Jhonder Cádiz vacilou (atirou muito por cima!) e deixou um clima de grande insegurança em Famalicão.
Foi o que toda a gente pensou em Famalicão. Incrível a recuperação da equipa da casa. Mesmo com menos um em campo, Evangelista mexeu com o jogo - Gustavo Assunção jogou a central e Puma entrou para o lugar de Sorriso - e o Fama não tardou em colher os frutos.
Dois cruzamentos e duas cabeçadas fortíssimas de Cádiz. Redenção extraordinária do avançado famalicense que fez esquecer, muito rapidamente, o penálti falhado perto do intervalo. Aos 60', marcou após excelente cruzamento de Moura e aos 64' faturou após um canto muito bem batido por Puma.
Dois lances de grande oportunismo, mas que justificou em pleno o ascendente famalicense. Em desvantagem, sem surpresas, a equipa de Paulo Sérgio assumiu uma postura mais ofensiva e chegou ao golo na sequência de um penálti. Filipe Soares desviou a bola com a mão dentro de área e Carlinhos, na conversão, não vacilou.
Até final, a equipa de Portimão teve as melhores oportunidades - Hélio Varela, de cabeça, desviou ligeiramente por cima -, mas o resultado não sofreu alterações.
Mesmo com menos um em campo, a equipa do Famalicão conseguiu reagir - não só ao facto de estarem com menos um, mas também ao penálti desperdiçado em cima do final do primeiro tempo - e, por pouco, não levou os três pontos.
O objetivo do Portimonense é claro: manutenção. Mas a desperdiçar oportunidades destas... tudo fica mais difícil. A jogar contra 10, pedia-se outra atitude e discernimento à equipa de Paulo Sérgio.
Arbitragem complicada para Luís Godinho. Precisou do auxílio do VAR nas duas grandes penalidades - ainda que, diga-se, bem revistas e justificadas no «microfone» - e nem sempre conseguiu gerir o controlo dos ânimos entre jogadores. O VAR podia ainda ter chamado o árbitro para rever potencial agressão de Pedrão a Chiquinho. No cômputo geral, nota positiva, ainda assim, para a equipa de arbitragem, dado às dificuldades dos acontecimentos.