Depois da derrota traumática contra o Estoril, o FC Porto voltou a viver uma noite de pesadelo no campeonato. Na receção ao Vitória SC, os dragões realizaram uma das piores exibições da temporada e perderam por 1-2 - a sexta derrota da temporada na Liga.
Com este resultado, os dragões continuam a nove pontos do Benfica - segundo classificado - e o título é cada vez mais uma miragem. Do lado contrário, o Vitória SC aproveitou o tombo do SC Braga e, não só cola-se ao quarto lugar (56 pontos), como também fica a dois pontos dos azuis e brancos na tabela.
Em relação ao jogo, Sérgio Conceição e Álvaro Pacheco - sem surpresas - mexeram e muito. Danny Namaso e Jorge Sánchez, do lado do FC Porto, foram as grandes novidades, enquanto Jorge Fernandes, Afonso Freitas e Kaio foram as grandes mudanças do lado vitoriano.
Jota Silva e Galeno: as duas flechas que deram vida à primeira parte, tendo sido - de resto - os autores dos três golos do primeiro tempo. Galeno, não obstante, talvez com demasiada pontaria...
O internacional brasileiro marcou dois golos - um autogolo, de forma despropositada, e outro na baliza certa -, enquanto o internacional português foi importante no lance do autogolo de Galeno, marcou o 0-2 e gelou o Dragão.
Começamos pelo português: quinto jogo consecutivo - para a Liga - a marcar. O que dizer? Entrou com tudo no Dragão e teve influência nos principais desgostos azuis e brancos: aos 12', «tapou» a visão a Galeno que, sem perceber a direção e intensidade da bola, desviou para a própria baliza e, ao minuto 33, na cara de Diogo Costa - após uma falta de concentração/sincronia da defensiva portista incrível -, finalizou com grande qualidade.
Com o 0-2, o público ouviu-se - coro de assobios impressionante - e a resposta de Conceição não tardou: na sequência do segundo golo, Taremi, Jaime e Zé Pedro estiveram perto de entrar em campo, vestiram o colete e - nesse exato momento - o FC Porto reduziu: desenho ofensivo de Pepê - Namaso - Galeno terminou com o 1-2. O Dragão respirou de alívio, mas a apatia portista na primeira meia hora foi inexplicável.
Segundo tempo de muito (muito!!) pouco futebol. O FC Porto entrou forte - emocionalmente revigorado com o 1-2 perto do final da primeira parte -, mas pouco conseguiu criar. Ora Francisco Conceição pegava na bola e decidia agitar alguma coisa, ou nada se criava do lado portista.
Por outro lado, o Vitória SC - estável e organizado - optou por defender de forma média-alta e segurou o ímpeto do FC Porto. Isto... até aos 70', momento da expulsão de Pepe. Aos 41 anos, de forma inexplicável, o central dirigiu-se de forma agressiva ao árbitro assistente - fez ainda o sinal de que o árbitro necessitava de óculos - e viu ordem de expulsão.
A partir daqui, muita transpiração, emoção, coração, mas pouco discernimento. Nem o Vitória SC aproveitou o facto de jogar contra 10, nem o FC Porto conseguiu lutar contra uma fase difícil da temporada.
Noite muito intranquila para Fábio Veríssimo. Nem sempre manteve o critério - ora umas vezes apertava o critério e admoestava com amarelo, ora deixava escapar faltas para o jogo não perder o fio - como também teve dificuldades em controlar os ânimos da partida. Benefício da dúvida na expulsão de Pepe.
Depois de um início oscilante e recheado de dúvidas, Álvaro Pacheco pegou na equipa e está cada vez mais perto de fazer história. Faltam apenas sete pontos para alcançar a melhor marca de sempre na Primeira Liga. Em adição, o Vitória SC igualou o SC Braga na tabela (56 pontos) e está a dois pontos dos azuis e brancos.
Depois da noite de má memória, em Cascais, para os portistas, a equipa de Sérgio Conceição voltou a revelar-se muito pouco estável do ponto de vista emocional e Pepe foi a faceta disso mesmo. Uma expulsão aos 70' que, basicamente, significou 'atirar a toalha ao chão'.