O FC Porto empatou em casa frente ao Rio Ave a zero. A equipa de Sérgio Conceição foi muito acutilante, mas foi incapaz de quebrar a bem organizada linha defensiva do Rio Ave. Os dragões podem acabar a jornada a sete pontos da liderança. Os dragões só se podem queixar de si próprios e da forma como não encontraram o caminho para finalizar uma única jogada de ataque com sucesso.
Começa a ser, cada vez mais, uma marca identitária deste FC Porto: entrar forte, pressionar alto, originar o erro do adversário e chegar à área em poucos passes. A ideia está mais que interiorizada pelos jogadores. Neste dragão não há paciência.
Os rapazes de Sérgio Conceição não mudaram o chip dos últimos e frente ao Rio Ave mostraram qual a tendência dos dragões. Não houve, nos primeiros dez minutos golos (válidos), mas os azuis-e-brancos tiveram, de resto, razões para sorrir. Foi revertida uma grande penalidade assinalada sobre Evanilson, assim como anulado um golo a Galeno, que foi apanhado em fora-de-jogo por quatro centímetros.
Se houve parceria que deixou a defesa do Rio Ave em água foi João Mário e Francisco Conceição. Desde início que se viu que esse era o lado preferido para atacar. A forma desconcertante com que o extremo se tem mostrado foi sempre valorizada pela equipa.
A dor de cabeça para Luís Freire deve ter sido tão grande que Fábio Ronaldo saiu ao intervalo e Miguel Nóbrega aos 59 minutos. A verdade é que mesmo sabendo que o perigo portista vinha daquela zona, o Rio Ave nunca teve capacidade de segurar a avalanche azul-e-branco. Valeu, quase sempre, os homens mais recuados, com Aderllan Santos em grande destaque.
A partir do minuto 70, o FC Porto aumentou ainda mais pressão e teve maior variação de jogo. Este fator foi determinante para deixar a dúvida na cabeça dos jogadores do Rio Ave. O descanso dado a Francisco Conceição mostrou o fresco Galeno.
Sérgio Conceição demorou a mexer, até porque a mensagem que a sua equipa foi dando era boa. Mas o técnico sentiu necessidade de colocar energia diferente e tornar o jogo portista mais desconcertante.
A entrada de Iván Jaime e Toni Martínez deram maior robustez ao ataque portista, mas não abalaram a linha defensiva do Rio Ave. O FC Porto passou a explorar as diferentes zonas do terreno, fosse pelo meio com Iván Jaime e Varela, fosse pelas alas com Gonçalo Borges e Wendell.
A equipa azul-e-branco terminou o desafio a despejar bolas na área, com um excesso de pontapés de cantos infrutífero. Um desespero compreensível de quem tentou e não conseguiu. Mesmo sem jogar o Sporting, os dragões podem acabar a ronda a ver o líder mais distante.
António Nobre não teve uma noite feliz. O critério com que marcou as faltas não foi uniforme, principalmente durante a primeira parte. O FC Porto queixou-se de diferenças no aspeto disciplinar e com alguma razão. Apertou no aspeto técnico e por esse motivo o jogo teve muitas faltas. Perdeu o controlo do desafio nos minutos finais.
Os homens de Sérgio Conceição anularam o Rio Ave de uma forma clara. Os dragões foram amplamente dominadores e muito assertivos nas ideias de jogo. Faltaram os golos, mas não faltaram oportunidades.
A equipa de Vila do Conde já mostrou outra postura diante das mais fortes equipas do campeonato, mas esta noite, no Dragão, não foi capaz de organizar um ataque, de colocar o FC Porto em sentido, de discutir o resultado. Cansaço? O próximo jogo dirá.