O Benfica está nos quartos de final da Taça de Portugal! Não se esperava uma tarefa fácil, depois de um sorteio que colocou a águia perante a equipa que a eliminou da última edição da Prova Rainha, mas a equipa de Roger Schmidt esteve à altura da ocasião e empurrou um candidato para fora da corrida com uma vitória por 3-2.
Foram necessárias duas reações encarnadas, uma em cada parte, para contrariar Zalazar, que quase governou a Luz. Os dois golos do médio minhoto foram insuficientes para travar um Benfica inspirado pela melhor versão de Arthur Cabral, o melhor em campo.
Quis a sorte que os oitavos de final contassem já com um duelo pesado, daqueles que tiram do caminho, quiçá prematuramente, um dos candidatos à conquista do troféu. Já tinha sido assim na temporada passada, quando o SC Braga eliminou o Benfica nos quartos, via penáltis, mas desta vez foi na Luz, o que só redobrou a sede de vingança dos encarnados.
Os minhotos pareceram bem mais confortáveis em vantagem do que nos sete minutos inaugurais, evitando aproximações do Benfica e deixando o relógio avançar com tranquilidade, devido a várias paragens por lesões menores, mas esse conforto não durou para sempre. Nem sequer até ao intervalo, já que o Benfica, de rajada, virou o marcador do avesso...
Aos 42 minutos, uma dupla que já tinha brilhado no fim de semana: Kokçu no passe para a profundidade e Rafa, pelo terceiro jogo consecutivo, na desmarcação e finalização. O checo que defende a baliza bracarense nas Taças, Hornicek, nem teve tempo de reagir ao empate e poucos segundos depois já deixava entrar - pelo meio das pernas - o remate de Arthur Cabral. 2-1, acompanhado de uma justificada explosão nas bancadas.
A primeira parte acabou com aquilo a que os adeptos encarnados conhecem como cinco minutos à Benfica. Os mesmos adeptos relaxaram ao intervalo, no conforto de quem já serviu uma vingança gelada, mas a segunda parte tratou de mudar esse sentimento...
A equipa visitante ainda ameaçou voltar virar o marcador num par de ocasiões, até uma camisola encarnada questionar a autoridade de Zalazar em solo lisboeta. Foi Arthur Cabral, na sua melhor versão. E quem o censura por se chegar à frente, em boa forma e perante uma das suas vítimas prediletas? Certamente nenhum adepto da casa, ao ver o camisola 9 embalar em lances perigosos até, aos 70 minutos, assistir de calcanhar o 3-2 marcado por Aursnes.
Apesar do relógio ainda guardar bastante tempo até ao apito final, não houve mais peripécias e o SC Braga tombou da Taça, registando o oitavo jogo consecutivo sem bater os grandes. Já para o Benfica, os esforços de Cabral e companhia foram suficientes para levar a águia novamente aos quartos.
Arthur Cabral já sabia o que era marcar ao SC Braga - tinha-o feito três vezes ao serviço da Fiorentina -, e voltou a fazê-lo nesta ocasião. Com Marcos Leonardo a assistir do banco, o ponta de lança brasileiro fez, possivelmente, a sua melhor exibição desde que chegou ao Benfica. Forte, associativo e muito confiante… O camisola 9 foi aplaudido de pé pelos adeptos do Benfica, e mereceu!
O SC Braga criou uma reputação de estar sempre à altura da tarefa, na hora de defrontar os tradicionais três grandes do futebol português, mas está a viver um mau momento nesse departamento. São oito jogos consecutivos sem vencer frente ao Benfica, Sporting e FC Porto, bem como a segunda derrota em pouco tempo frente a este adversário, contra quem tem vencido mais do que perdido nos últimos anos.