O Canelas 2010, da Liga 3, eliminou o Desportivo de Chaves, da Liga Portugal Betclic, da Taça de Portugal e fez com inteira justiça. O emblema de Vila Nova de Gaia venceu nas grandes penalidades, depois de 120 minutos intensos e onde as melhores oportunidades foram para o clube gaiense.
Foi difícil perceber durante os primeiros vinte minutos que equipa a diferença competitiva das equipas. O Canelas 2010 entrou sem medos, com muita vitalidade e a saber o que queria fazer no desafio, assim como o que fazer para anular as forças motrizes dos Chaves.
A equipa da Liga 3 foi muito intensa nos duelos e beneficiou da entrada mais calma dos flavienses. A turma de Moreno Teixeira demorou a perceber que tinha de se aplicar como um jogo da Liga Betclic para mostrar que era melhor.
Durante esse período, o Canelas 2010 teve três oportunidades soberanas para marcar: Rodrigo Moura defendeu dois remates para a frente, sempre com muita dificuldade, e viu Alex Tanque falhar um chapéu por muito pouco.
A forma como a equipa de Vila Nova de Gaia conseguiu sair com rapidez para o ataque e criar muito perigo para a defesa do Chaves serviu de reflexão ao intervalo para Moreno Teixeira.
Os transmontanos apareceram com as ideias mais esclarecidas e conseguiram ser superiores, mas apenas de forma territorial. No capítulo da eficácia, o Canelas foi muito competente e apesar de fisicamente a equipa ter quebrado, nunca deixou que o seu guarda-redes, João Matos fosse alvo de lances de muito perigo.
A equipa do concelho de Vila Nova de Gaia teve capacidade de sofrer com a avalanche ofensiva do Desportivo de Chaves e empurrou o jogo para a decisão das grandes penalidades. Dos 11 metros, houve eficácia total dos caseiros e ainda um guarda-redes a vestir a pele de herói: defendeu o remate de Pedro Pinho e depois foi só esperar pelo remate certeiro dos seus colegas, que terminou quando Agostinho Carvalho bateu o seu penálti.
Depois houve festa, muita festa, entre a saída de cabeça de baixa do gigante da Primeira Liga.
A equipa da Liga 3 mostrou qualidade a vários níveis: na organização da equipa da equipa em campo; na forma como explorou as debilidades do Desportivo de Chaves; nas oportunidades que criou e na forma como soube defender o nulo, quando os transmontanos mais pressionaram para vencer o jogo. Grande caráter.
A formação flaviense teve muita dificuldade em colocar em prática as suas ideias. Mesmo com as mudanças que Moreno operou, o GD Chaves foi uma sombra das últimas semanas. Sem grandes oportunidades fica difícil marcar e acabou por ser eliminada.
Sem VAR, nos tempos que correm, exigente uma maior atenção e rigor por parte das equipas de arbitragem. Cláudio Pereira teve uma tarde tranquila, não houve lances de grande dificuldade de decisão, soube conversar com os jogadores e manter um bom ritmo no desafio.