Depois de ter levantado a sua primeira Liga dos Campeões no passado mês de maio, o Manchester City voltou a festejar a conquista de um troféu pela primeira vez, isto na medida em que conta agora com uma Supertaça Europeia no seu palmarés.
Para tal desfecho, o conjunto de Pep Guardiola teve de saber sofrer frente ao Sevilla, clube ao qual só se conseguiu superiorizar nos penáltis (triunfo por 5-4, isto após um empate a uma bola no tempo regulamentar). De resto, do jogo disputado na Grécia é preciso realçar as ocasiões desperdiçadas pelos espanhóis em momentos críticos do jogo, num cenário que acabou por motivar o City.
Apesar de, na teoria, ambas as equipas se terem apresentado em 4x2x3x1, a verdade é que as dinâmicas apresentadas pelos dois clubes não podiam ser mais diferentes. Pep Guardiola apostou em Akanji para fazer o papel de John Stones (defesa-central a jogar subido no meio-campo) e o Sevilla tentou aproveitar.
Pressionando o suíço, o conjunto de José Luis Mendilibar ganhou conforto no jogo e, mesmo nunca tendo muita bola, conseguiu conter as intenções do adversário.
Perante este cenário, foi sem grande surpresa que o Sevilla se conseguiu adiantar no marcador à passagem do minuto 25, isto depois de En-Nesyri ter respondido da melhor forma a um cruzamento milimétrico de Acuña. Até ao intervalo, o Manchester City intensificou a circulação de bola, mas não conseguiu criar real perigo junto da baliza de Bono.
Kovacic conquistou a Supertaça Europeia pela 4.ª e iguala os jogadores + titulados da competição🔝 :
4 Maldini
4 Dani Alves
4 Kroos
4 Carvajal
4 Benzema
4 Modric
4 Kovacic pic.twitter.com/59pSaygLb5
— Playmaker (@playmaker_PT) August 16, 2023
Após o descanso, todos esperavam um City a toda a força e a encostar o adversário ao seu setor recuado, mas a verdade é que tal não se verificou. Disciplinados taticamente e inteligentes na forma como saíram para o contra-ataque, os sevilhanos tiveram uma mão cheia de boas ocasiões a abrir a etapa complementar, com um denominador comum: En-Nesyri.
Logo aos 49 minutos, o avançado marroquino apareceu isolado no interior da área, após ser bem lançado por Ocampos, mas não conseguiu fazer melhor do que atirar contra Ederson.
Sem que nada o fizesse prever, e num lance totalmente contra a corrente do jogo, o Manchester City chegou ao golo aos 63'. Lançado na área com um cruzamento de grande nível de Rodri, o jovem Cole Palmer não tremeu na cara de Bono e, de cabeça, colocou a partida de novo empatada.
Quando muitos adeptos do City ainda festejavam, o Sevilla voltou a 'cheirar' o golo. Novamente isolado, En-Nesyri- o atacante vai ter pesadelos esta noite- atirou contra Ederson, num cenário que desmotivou por completo o conjunto que havia viajado desde o sul de Espanha.
A partir daqui, e até ao final da 2ª parte, só deu Manchester City. A formação orientada por Pep Guardiola pressinou e acercou-se da baliza de Bono (que teve defesas importantes), mas não conseguiu chegar ao tão desejado golo, surgindo assim o apito do árbitro com o 1-1 no marcador.
Perante este cenário, a Supertaça Europeia acabou por ser decidida nos penáltis.
Halaand, Julian Álvarez, Kovacic, Jack Grealish e Kyle Walker marcaram para o Manchester City, ao passo que Ocampos, Rafa Mir, Rakitic e Montiel festejaram para o lado do Sevilla. No entanto, no último penálti da série de cinco batidos, Gudelj rematou com estrondo à barra da baliza de Ederson e permitiu a festa inglesa.
Desta forma, o Manchester City tornou-se o 25º vencedor desta competição europeia.
Com o triunfo do Manchester City sobre o Sevilla, Pep Guardiola tornou-se o primeiro treinador da história a conquistar a Supertaça Europeia por três clubes diferentes (já havia ganho pelo Barcelona e pelo Bayern Munique). Para além disso, o espanhol tem agora tantas conquistas na prova, no caso quatro, como Carlo Ancelotti.
En-Nesyri esteve no melhor e no pior dos espanhóis. É certo que colocou a sua equipa na frente do marcador, mas as oportunidades que desperdiçou na cara de Ederson, aos 49' e aos 63', deitaram por terra as esperanças sevilhanas.
Apesar da tenra idade (tem apenas 34 anos) não se deixou intimidar pelo facto de estar num grande palco europeu e fez uma exibição segura. Teve um critério adequado à dimensão da partida e o maior elogio que se pode fazer está relacionado com o facto de ter passado quase despercebido nesta final.