No adeus à Liga, o Gil Vicente despediu-se com um triunfo por 1-0 dos seus adeptos. Um golo do inevitável Fran Navarro decidiu a partida, que ainda viu Yuki Soma ser expulso no momento em que os casapianos procuravam reagir à desvantagem.
Com as respetivas "vidas" resolvidas e de "malas feitas" para o período de férias, Gil Vicente e Casa Pia cumpriram o calendário e fecharam a temporada de 2023/2024 em ritmo próprio de quem já tinha fechado as contas que tinha para fechar. Foi morno o espetáculo em Barcelos, no mínimo.
Com o sol do meio-dia - o jogo começou a um pouco usual 12h45 - a banhar as bancadas algo despidas do estádio Cidade de Barcelos, é um facto que ambos os conjuntos procuraram divertir-se e divertir quem se fez à estrada à hora do almoço, mas foram tentativas espásticas de parte a parte na perseguição desse objetivo.
Ainda assim, Daniel Sousa e Filipe Martins viram, nesses fogachos de futebol atacante, a imagem daquilo que as suas equipas tentaram ser ao longo da temporada: o Gil Vicente mais cerebral, nos pés de Fujimoto ou de Tiba, os casapianos à procura de uma maior vertigem, sobretudo "às costas" das qualidades de Godwin e Soma.
O perigo, esse, foi de avaliação relativa. Ainda assim, na primeira parte, destacam-se os remates de Duplexe Tchamba (17'), do «meio da rua», e que não passou longe do poste esquerdo da baliza de Andrew; de Pedro Tiba (20'), em arco, depois de uma jogada deliciosa de Kevin Medina, e de Dereck Poloni (32'), que saiu à figura de Andrew.
Felizmente para o espetáculo, o quadro mudou de cenário depois do intervalo. Embora sem nunca atingir níveis de excelência, a bola rondou com bastante mais frequência as duas balizas. Fran Navarro e Vasco Fernandes foram os primeiros a levar perigo a cada um dos lados, mas seria o espanhol - quem mais? - a decidir a partida, aos 63 minutos.
O avançado «goleador» do Gil, que deve deixar Barcelos neste verão, estava no sítio certo à hora certa para encostar uma bola defendida de forma incompleta por Ricardo Batista. O guarda-redes do Casa Pia travou o cabeceamento de Depú, mas nada conseguiu fazer para evitar o 17.º golo de Navarro na Liga. Nota, ainda, para o pormenor delicioso de Fujimoto no início do lance.
O Casa Pia, contudo, reagiu bem ao golo gilista e Soma tomou em «mãos» essa operação; dois remates em poucos minutos levaram perigo à baliza de Andrew, mas o pior veio imediatamente a seguir. O japonês, infeliz, entrou com a sola da bota sobre Henrique Gomes e o VAR pediu a Hélder Malheiro que revisse o cartão amarelo; foi ao monitor e «transformou-o» em vermelho, deixando o Casa Pia reduzido a dez.
Foi o «canto do cisne» para a equipa de Filipe Martins que, ainda assim, esteve muito perto de chegar ao empate aos 91 minutos, mas Godwin falhou a emenda à boca da baliza. Antes, porém, Carraça tinha levado a bola à trave do outro lado do campo.
Será quase impossível mantê-lo em Barcelos e o que se deseja, pelo menos, é que continue na Liga Portuguesa. Fran Navarro é um «goleador» à antiga com qualidades modernas. Pode até não estar muito ativo na partida, mas está lá no sítio certo à hora certa, para além de todos os movimentos sublimes.
O japonês, um dos melhores do Casa Pia, estava a "liderar" a reação casapiana ao golo do Gil Vicente quando, numa entrada infeliz mas muito dura sobre Henrique Gomes, viu o cartão vermelho direto (71'), "castrando" a sua equipa na recuperação do resultado.
O momento mais delicado para Hélder Malheiro surgiu ao minuto 67. Primeiro admoestou Yuki Soma com cartão amarelo, mas o VAR aconselhou-o a rever o lance da falta, dura, sobre Henrique Gomes, acabando por mudar a cor para vermelho.