Se é em casa que se resolvem os problemas, por vezes também é preciso vestir o fato-macaco para arranjar as soluções e teve de ser esse FC Porto em campo para bater o Paços de Ferreira (2x1).
No regresso dos dragões aos triunfos, depois da derrota caseira para a Liga dos Campeões, a equipa de Sérgio Conceição teve de virar o resultado, mas levou de vencida o Paços de Ferreira, que agudizou sua crise na Liga. Está sem ganhar há quatro partidas.
A revolução no onze portista era expectável, mas Conceição voltou a dar um claro sinal ao grupo de que as coisas não estavam bem, com a troca direta de seis jogadores face à partida com o Liverpool. Tudo isto numa altura em que a equipa vai parar, por causa das seleções.
O Paços de Ferreira entrou na partida com vontade de prolongar a moral em baixo dos dragões. Os castores deram campo à formação portista e exploraram rapidamente as costas da defesa com a velocidade de Lucas Silva e Denilson Jr. O avançado foi o primeiro a causar alarme.
A equipa de Jorge Simão não escondeu a estratégia: à defesa coesa juntou os médios defensivos de maior combate. O FC Porto teve muita dificuldade em furar a zona de Luiz Carlos e Eustáquio, mesmo que Vitinha fosse um verdadeiro carregador de piano. O criativo portista deambulou em toda a zona do meio campo, municiou no meio e nas alas, mas nunca os dragões furaram a defesa pacense.
A fórmula de atacar do Paços de Ferreira centrou nas saídas rápidas, quase sempre pela zona central, aproveitando o maior balanceamento portista. Foi com essa superioridade que a equipa de Jorge Simão abriu o marcador por Nuno Santos. O médio português aproveitou uma segunda bola para rematar colocado e gelar o Dragão.
Se a tarefa era difícil, mais ficou para o FC Porto. No entanto, a equipa de Sérgio Conceição manteve fiel às suas ideias e foi tentando de diferentes formas: aumentando a intensidade, virando o jogo, mas defender era com o Paços.
Os castores deixaram-se ser apanhados pela quebra de concentração em cima do intervalo. Os homens de Jorge Simão iam para fase de construção de ataque de forma tranquila e o FC Porto arrancou a grande velocidade, depois de roubar a bola, e Luis Díaz fuzilou André Ferreira, depois de uma primeira tentativa de Evanilson.
Os dragões estiveram sempre com sinal mais durante a primeira parte, mas o golo, em cima do intervalo, foi o melhor que aconteceu à formação de Sérgio Conceição.
Na segunda parte, os azuis-e-brancos apareceram mais confiantes, Evanilson bem mais participativo, Francisco Conceição a romper mais pela ala e Vitinha, sempre Vitinha, a alavancar o FC Porto para o ataque.
Foi, por isso, sem surpresas que a cambalhota no marcador apareceu. No meio dos muitos pontapés de canto, Wendell apanhou a segunda bola, rematou forte, sem oposição, e o FC Porto ficou na frente do marcador.
Os dragões iam dominando a partida como queriam, mas sempre em alerta máximo, pois o Paços de Ferreira, aos poucos, foi apertando na busca do empate. Jorge Simão mostrou algo arrojo com as mexidas, colocando mais homens na frente, mas o efeito não foi prático.
O FC Porto voltou às vitórias, depois do desaire europeu, embora para a Liga seja o terceiro triunfo consecutivo. Já o Paços de Ferreira continua o momento menos bom de resultados, são quatro jogos sem ganhar.
Não foi uma grande novidade, mas depois do resultado de terça-feira e com todas as mexidas operadas por Conceição, perceber se a intensidade portista não tremia com a pressão era algo evidente. Foi alta, perigosa e com diferentes soluções.
Os castores tiveram muita dificuldade em criar e isso foi determinante no resultado. A equipa de Jorge Simão teve muito trabalho a defender, mas quando correu atrás do resultado fez de forma muito denunciada.