À terceira voltou a dar Leixões. Foi assim em 2016 nos oitavos, em 2017 na terceira eliminatória e em 2018 nos oitavos outra vez. Os Bebés de Matosinhos estão nos quartos de final da Taça de Portugal e não deram azo à matança de qualquer borrego.
Instantes após o apito inicial dado por António Nobre, o Leixões aproveitou para criar mossa... digamos que imediata. Erivaldo, lançado na profundidade, aproveitou a apatia da defesa tondelense e obrigou o lateral João Reis - uma das muitas mudanças de Pepa na equipa titular - a cometer penálti. Na conversão, Roniel quase permitiu a defesa completa a Cláudio Ramos, mas a bola acabaria mesmo por ultrapassar a linha. O pouco público presente no Estádio do Mar explodiu de alegria e a verdade é que o cenário parecia, à primeira vista, bastante promissor para os comandados de Filipe Gouveia. Até que a qualidade de jogo caiu...
O encontro prosseguiu na mesma onda - o Leixões quase que desapareceu do radar - e, cinco minutos depois, surgiu a reviravolta. Tomané, de bicicleta, pôs termo a uma jogada de insistência e estabeleceu o resultado ao intervalo. O pressing final, claro está, esteve do lado anfitrião que expôs e bem as debilidades existentes no lado esquerdo da defesa contrária.
O marcador assim o exigia e o Leixões, fresco de ideias, assumiu as rédeas desde o início da segunda parte. O problema é que, para além do futebol mal jogado, a enorme relutância em avançar para as zonas mais avançadas do terreno teimava em dificultar a tarefa dos Bebés de Matosinhos.
Bernardo Martins - o menino da cláusula milionária - ameaçou de longe, Roniel esteve perto do segundo e, como os motivos de preocupação eram muito poucos - o Tondela mostrou enorme desalento -, a insistência acabou por surtir o efeito desejado. Pedro Henrique, lançado no decorrer da partida, voltou a devolver a igualdade aos homens da casa.
A má imagem deixada pelos visitantes - os contra-ataques pecaram sempre na última decisão - dava a entender a existência de um único desfecho possível. Mas a indefinição reinou até ao fim do tempo regulamentar.
No prolongamento houve um pouquinho mais de Tondela, oportunidades flagrantes em ambas as balizas e um marcador inalterado, pelo que foi preciso recorrer à célebre lotaria. Aí, o Leixões foi mais competente e alimentou o sonho numa prova onde a percentagem de sucesso dos mais pequenos aumenta substancialmente.