Mesmo com o FC Porto a dar a sensação de entrar melhor, o jogo rapidamente entrou na toada pretendida pelas duas equipas. Claro que o facto de Rúben Neves ter aparecido de surpresa no onze obrigou a Juventus a uma fase de perceção em relação ao que seria a ideia de Nuno e, por isso, os primeiros 10 minutos tiveram o FC Porto com mais bola e a Juventus mais expectante.
Tudo voltou a lógica que se adivinhava, com a Juventus a puxar até si a responsabilidade da bola, perante um FC Porto pouco ou nada importado em se conter e aguardar uma saída rápida.
Era luta de forças, na qual as individualidades da Juventus até poderiam sobressair a oho nu, se bem que diante de um coletivo portista a saber ao que ia: menos bola que o habitual, mas mais qualidade quando a tivesse (daí a presença de Rúben Neves).
Tudo teorias que cairiam com uma prática: Alex Telles viu dois amarelos em dois lances quase seguidos e o jogo desequilibrava-se obrigatoriamente. André Silva sacrificado, Layún lançado e um dragão debilitado no poder ofensivo, a ter que recorrer a uma linha mais recuada para anular as ações de Dybala e Cuadrado - que dois craques da movimentação!
Uma bola ao ferro, uma grande defesa de Casillas e muitos suspiros de uma bancada que demorou a acordar e que só o fez por causa de uma discutível dualidade de critérios do árbitro que foi despertando os adeptos para a extrema necessidade de ser um jogador invisível ao lado da equipa.
Felizmente o intervalo chegou, bem como outra acalmia e confiança por parte dos atletas portistas, injetados de confiança para uma missão que seria mais dolorosa, mas duplamente saborosa se conseguida com sucesso. Soares sozinho na frente, Brahimi a aproximar-se quando possível e rigor posicional de Herrera, Neves e Danilo.
Deu para estabilizar o encontro por um quarto de hora. Depois, Corona foi a jogo para ser outra solução de vertigem, com Herrera a passar para o meio. Algo que não desestabilizou no imediato, mas que teria consequências depois das mexidas de Allegri.
No espaço de dois minutos (outra vez), dois golos que deitaram tudo a perder. O lado esquerdo da defesa dos dragões apresentou desconcentração que não foi desperdiçada pela Juventus e por dois jogadores vindos do banco.
Pjaca e Daniel Alves fizeram de uma eliminatória previsivelmente equilibrada na viagem para Turim uma tarefa hercúlea para a equipa de Nuno Espírito Santo. Inspiração na passagem por Roma chegará?