Foi com duas substituições certeiras que a Inglaterra deu a volta ao jogo contra o País de Gales, que se adiantou por Bale, mas que veria Vardy e Sturridge saltarem do banco para fazerem a primeira reviravolta deste Europeu. Depois de ver a vitória contra a Rússia escapar nos descontos, a equipa de Hodgson lucrou com a sorte que tanto procurou.
Num jogo repleto de simbolismo, pela questão geográfica e histórica entre os dois países, houve espírito de dérbi, algumas quezílias, muita entrega e um público fabuloso. Ao estilo britânico, como tinha de ser
Não é quem ataca, é quem marca
Troca de guarda-redes
Chris Coleman fez várias alterações, uma delas na baliza. Danny Ward tinha jogado o primeiro encontro, com a lesão de Wayne Hennessey, mas o número 1 recuperou o seu posto.
Dizer que a Inglaterra esteve globalmente por cima na primeira parte não deve ser interpretado como se tivesse existido um massacre da equipa mais creditada, porque não foi assim. Acima de tudo, houve equilíbrio, com duas ou três desatenções que permitiram oportunidades.
E, aí, a Inglaterra teve mais, só que o País de Gales foi melhor. Gareth Bale, qual especialista em bolas paradas, voltou a marcar de livre direto (Joe Hart ficou mal na fotografia), ao contrário de Sterling e dos centrais britânicos, todos a falharem o alvo.
Bale marcou outra vez de livre ©Getty / Matthias Hangst
Os ingleses eram mais fortes no meio-campo, com um Rooney a atuar como verdadeiro playmaker (à frente de Dier e atrás de Dele Alli), só que demasiado fáceis de travar na frente, onde Harry Kane sempre se perdeu no meio de três centrais, que voltaram a mostrar um entendimento muito interessante.
O dianteiro do Tottenham não voltaria para a segunda parte, tal como Sterling. Entre esse e Lallana, algum teria de sair, pois Hodgson traria muito mais poder ofensivo para a etapa complementar.
Sorte invertida
Jogaço de Rooney
A jogar a 8, o camisola 10 foi o comandante da equipa, pautando jogo das mais variadas formas. Já foi ponta de lança, já foi segundo avançado, agora está especialista nesta nova vertente. Quem diria...
Apesar de o País de Gales ter começado por segurar bem o jogo no segundo tempo, isso pouco durou, já que prevaleceria a dupla substituição inglesa, a empurrar psicologicamente a equipa para a frente.
Apertou um bocado e marcou, por Jamie Vardy (um dos que veio do banco), dando lógica ao resultado e emoção ao jogo.
Se fosse há 20 anos atrás, as circunstâncias da partida levariam a um jogo frenético, partido e com parada e resposta. Hoje, a intensidade foi muita, mas o cautelismo também, um pouco em consequência da adaptação de mentalidade britânica em relação a um jogo mais cerebral.
Sturridge deu triunfo nos descontos ©Getty / Dan Mullan
Claro que a Inglaterra esteve por cima, mas os galeses fecharam-se bem e souberam estancar o perigo ainda antes de o adversário entrar na área. Quase sempre. Menos no período de descontos, quando os ingleses romperam a defesa contrária e fizeram o merecido golo do triunfo.