Foi sofrida mas justa a vitória do Sporting sobre o Tondela, embora os leões não merecessem ter sofrido tanto pela superioridade que evidenciaram dentro das quatro linhas durante grande parte do encontro. Porém, o Tondela não merecia igualmente ver o empate fugir no último minuto da partida, principalmente pelo modo como se exibiu contra um adversário com outros argumentos na segunda parte.
Após primeiros cinco minutos de equilíbrio e que pareceram ter servido para as equipas se conhecerem, os leões pegaram de vez no encontro e colocaram-se por cima dele, muito graças aos papéis de João Mário e Bryan Ruiz em zonas interiores – o português era o responsável pela construção de jogo e o costa-riquenho por dar seguimento às jogadas nos últimos metros – beneficiando ainda da ajuda de João Pereira e Jefferson, bastante interventivos nas alas, dando largura ao jogo leonino.
Sem surpresa, e numa lógica natural pela forma como o jogo estava a decorrer, o Sporting foi galgando metros e aproximando-se com perigo da baliza à guarda de Matt Jones, criando, assim, oportunidades para inaugurar o marcador. A eficácia, particularmente a de Slimani, esteve longe de ser a melhor, mas ainda assim o Sporting adiantou-se no marcador por intermédio de João Mário, num lance em que o internacional português surgiu ao segundo poste e ainda beneficiou de um desvio da bola em Kaká, defesa do Tondela.
Os passes em profundidade e a constante presença dos laterais nos processos ofensivos tornaram o Sporting dominador mesmo depois do golo, num claro sinal de que Jorge Jesus queria mais, sabendo que o 1x0 seria sempre escasso, apesar do Tondela nem sequer mostrar, na altura, capacidade para contrariar a superioridade evidenciada pelos leões dentro das quatro linhas. A equipa orientada por Vítor Paneira sentia dificuldades para sair do seu meio-campo com a bola controlada e só através de passes longos conseguia fazer recuar os adversários. Foi, de resto, num lance desses – o último da primeira parte – que a equipa de arbitragem assinalou um fora de jogo inexistente ao ataque do Tondela e que podia ter resultado em muito perigo junto da baliza de Rui Patrício.
O guarda-redes do Sporting, ao contrário de Matt Jones, foi um mero espectador ao longo dos primeiros 45 minutos e por isso a turma de Alvalade foi com justiça para o intervalo em vantagem. Porventura, o resultado até era escasso pelo futebol produzido pelas duas equipas, tendo ficado bem patente a natural diferença de qualidade entre uma equipa candidata ao título e outra que tem a permanência como objetivo.
Mas o estatuto não garante pontos e o intervalo fez bem aos homens do Tondela, que regressaram com uma atitude bem mais positiva para a segunda parte. O Sporting recomeçou o encontro com a superioridade que tinha demonstrado no primeiro tempo mas, uma vez mais, os atacantes leoninos não foram capazes de concretizar as oportunidades criadas. O resultado, por isso, continuava magro para o Sporting e fazia com que os homens da casa mantivessem a esperança em conseguir chegar ao empate. E isso acabou mesmo por acontecer através de um lance de bola parada, em que Luís Alberto – de forma irregular porque beneficiou de um toque na bola no braço para a manter ao seu alcance – apareceu ao segundo poste para bater Rui Patrício.
Os leões não mereciam tamanho castigo, mas o Tondela nunca se rendeu perante a superioridade leonina e tinha ali o resultado do empenho dos seus jogadores, apesar de anteriormente Rui Patrício não ter sido colocado à prova. Com o passar dos minutos, o Tondela conseguiu subir as suas linhas e com muito sacrifício foi mantendo Matt Jones a salvo dos ataques do Sporting, que acusou o golo sofrido e sentiu dificuldades para ficar novamente por cima do encontro.
Tudo parecia encaminhado para o empate mas já em cima da hora, o Sporting beneficiou de uma grande penalidade para chegar à vantagem por intermédio de Adrien Silva. A falta que resultou no penálti não deixa dúvidas – Murillo falhou a bola e acertou em Gelson Martins – mas o mesmo não se pode dizer do início do lance, pois fica a ideia de que João Pereira tinha o pé direito todo dentro de campo quando executou o lançamento de linha lateral para a área. Foi, assim, de uma forma polémica que os leões chegaram ao golo que garantiu os 3 pontos, apesar do resultado ser justo por aquilo que foi a generalidade dos 90 minutos.