Bruno Lamas é o jogador do momento no Leixões. No último fim de semana, no primeiro jogo oficial da temporada, apontou os dois golos dos matosinhenses na vitória sobre o Mafra por 0x2 e garantiu o apuramento para a próxima fase da Taça da Liga. Um feito que o enche de orgulho e de esperança para uma temporada de grande nível.
«Foi uma sensação muito boa, acho que nem nos meus sonhos começaria assim, mas felizmente estava preparado. Agradeço sempre aos meus companheiros que lutaram muito a partida inteira. Eu tive a felicidade de fazer os dois golos. Preparei-me muito bem durante a pré-época e vou sempre em busca do melhor para realizar uma grande temporada e, quem sabe, dar um salto grande no fim dela», afirmou o médio brasileiro, em entrevista ao zerozero.pt.
Aos 21 anos, Bruno Lamas sonha «em jogar numa grande equipa da Europa ou até do Brasil e, quem sabe, ter uma chance na seleção brasileira». O bom início de época com a camisola do Leixões permite-lhe ser um jogador motivado e recuperar os sonhos dos tempos em que jogava na formação do Santos e tinha a felicidade de treinar com Ganso e...Neymar.
«Foi muito bom estar com eles. Eu observava muito os movimentos e tudo o que eles faziam. Uma vez treinei contra eles pelos sub-20 do Santos mas um da equipa deles lesionou-se e o Muricy [Ramalho, treinador do peixe na altura] mandou-me entrar na equipa profissional. Então, estava entre os titulares com o Neymar. Foi uma experiência única, ele é realmente diferente dos outros. Fizemos muitas tabelas quando treinei com ele. Entrosámo-nos bem e ele mandou-me bater um canto que era dele. Ele é que os batia, mas mandou-me a mim (risos). E dizia 'boa, moleque', quando eu brigava pela bola», recordou Bruno Lamas, que acabou por não jogar pela equipa principal do Santos.
Ainda durante a formação, mudou-se para o Cruzeiro e depois foi emprestado ao São Caetano. Era considerado uma das estrelas emergentes no futebol brasileiro, mas no ano passado decidiu tomar uma decisão radical e, apesar da tenra idade, abraçar uma aventura no futebol europeu, mais concretamente no português.
«Como estava difícil ter uma oportunidade no Brasil e como tenho passaporte comunitário, pensei em vir para a Europa. Portugal é a entrada para a Europa. Escolhi o Leixões porque foi um projeto que achei bacano e também porque se falava noutras possibilidades, mas nunca chegava proposta», disse o médio que na época passada disputou um total de 15 jogos com a camisola dos «bebés do mar».
No entanto, nem tudo foi um mar de rosas. «No começo foi complicado. Estava para entrar um investidor e depois não entrou. Fui para um apartamento, o pagamento estava atrasado e infelizmente fomos despejados. Mas já está tudo bem e estou muito bem adaptado. Felizmente, o presidente Carlos Oliveira sempre foi muito atencioso e levou-me logo para um hotel e deu-me toda a assistência até encontrar um apartamento novo», contou, «totalmente adaptado» e confiante num futuro risonho.