Rúben Vezo, Rúben Neves e duplo Ricardo Pereira (com a magia Bernardo Silva a acabar) deram aos de Rui Jorge o apuramento para a República Checa. Muita letra R? Talvez, mas foi esse o resultado inevitável da superioridade portuguesa, num jogo cheio de golos e emoção, no qual nem tudo foi perfeito, mas onde o mais importante foi alcançado e Portugal vai ao Europeu com toda a justiça.
Tozé a titular
Perante a ausência de Rafa Silva por castigo, Rui Jorge escolheu Tozé para o lugar, mantendo Bernardo Silva a 10
Quem olhasse para a atitude holandesa no início do desafio, acharia que os homens de Adrie Koster se apresentava, num Capital do Móvel muito bem composto, de braços baixados e ao sabor de uma eliminatória que estaria decidida depois do 0x2 de Alkmaar.
Capitão em casa
Sérgio Oliveira envergou a braçadeira de capitão num estádio que bem conhece, pois é no Paços de Ferreira que joga
Era nessa disposição que os holandeses se apresentavam, era por aí que os de Rui Jorge ganhavam ainda mais confiança para carimbarem a viagem para a República Checa. Porém, esse suposto 'desinteresse' pelo desafio por parte dos holandeses tinha também a face visível de obrigar Portugal a pegar no jogo, baixando as linhas e tentando impedir serem surpreendidos pelas saídas em velocidade que tantos estragos tinham feito na primeira mão.
Bancada de luxo
Começaram por ser Paulo Bento e Bino, juntaram-se-lhes Julen Lopetegui e Pedro Barbosa. Eram muitas as caras conhecidas na Mata Real
Em parte, isso foi conseguido. A Holanda era mais agressiva no processo defensivo e tentava estancar a criatividade dos irrequietos Ivan Cavaleiro e Ricardo Pereira. Só que tal resultou em muitas faltas cometidas e, também aí, a equipa de Rui Jorge mostrou excelentes argumentos.
Primeiro por Rúben Vezo, depois por Rúben Neves, antes de, pelo meio, Wout Weghorst ter empatado o desafio, cerrando os dentes e acertando na rede de José Sá. Um momento importante no jogo, pois, pela reação ávida e enérgica dos holandeses, viu-se que, afinal, acreditava-se no triunfo do lado forasteiro.
Na festa do golo, Ricardo foi ator principal ©Vítor Parente
A primeira parte foi interessante. Houve muito menos espaços desta vez, mas existiram mais erros individuais e de marcação, sobretudo nas bolas paradas. Aliás, foi aí que o maior perigo se deu para a baliza de Warner Hahn, que esteve soberbo a tirar golos a Sérgio Oliveira e Tozé (que fez as duas assistências).
Só que, do outro lado, os erros não eram também vincados. No caso, as falhas estavam no acerto do lado direito defensivo, onde Ricardo Esgaio não conseguia dar conta de Ola John e das constantes subidas de Jetro Willems. Não admira, portanto, que tenham sido por aí que surgiram os cruzamentos para os dois golos holandeses, que acalentavam o desafio para o segundo tempo.
Show Ricardo
E foi no mesmo tom que essa segunda parte de desenrolou. À ação individual de desequilíbrio portuguesa, respondia a crença da laranja, que nunca baixou os braços e que deu muito trabalho a José Sá.
Rui Jorge não ficou contente com as falhas defensivas ©Vítor Parente
De facto, foram cometidos vários erros que não têm sido nada comuns nesta geração de Rui Jorge. Paulo Oliveira, o patrão da defesa, não esteve numa tarde feliz e acabou por contagiar todo o setor, o que permitiu que, a cada golo português que parecia ser o onto final, respondesse a Holanda com uma vírgula.
Neste segundo tempo, já com Carlos Mané e sem Ivan Cavaleiro, Portugal continuou dinâmico na frente e ganhou vivacidade no miolo. Bernardo Silva conseguiu soltar-se um pouco mais e Sérgio Oliveira pediu mais bola, o que ajudou ao equilíbrio da equipa.
Tirando as desatenções que deram nos golos de Aké, o jogo foi mais pensado, a equipa foi mais relaxada e, verdade seja dita, o adversário foi perdendo discernimento. Nomeadamente a nível defensivo, pois se se marcaram cinco golos, podiam perfeitamente ter sido sete ou oito, não fora novo desacerto verificar-se à boca da baliza.
O mais importante, porém, não escapou. República Checa é uma realidade.
PORTUGAL
EMPATE
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