A sorte protege os audazes. A expressão é antiga e assenta que nem uma luva naquilo que foi o encontro entre Benfica e Feirense, da 7.ª jornada da Liga NOS. Os encarnados foram mais atrevidos ao longo de toda a partida e mereceram, por completo, a sorte que os bafejou nos dois primeiros golos. Fejsa foi o barómetro dos encarnados, Toto Salvio (melhor em campo para o nosso jornal) o elemento mais desequilibrador e Luís Aurélio o menos feliz.
O zerozero analisou o desempenho individual de cada uma das equipas, num jogo que fica marcado pelo regresso do capitão Luisão ao onze e ainda pela estreia de Andrija Zivkovic em encontros oficiais com a camisola do Benfica.
Com a zona central do terreno bem preenchida pelos homens de José Mota, o Benfica recorreu aos corredores para chegar com mais eficácia ao último terço do terreno do adversário. Salvio esteve em grande plano no flanco direito, enquanto Carrillo revelou falta de discernimento e alguma lentidão na decisão de processos. No apoio, Grimaldo (brilhante no quarto golo do Benfica) e Nélson Semedo foram importantes, tanto no aspeto ofensivo como defensivo, dando largura nas alas, enquanto Fejsa ia estancando as investidas do Feirense.
Além de estar diretamente ligado ao primeiro e segundo golos dos encarnados, Salvio foi o autêntico motor de arranque do ferrari de Rui Vitória. Criou, desequilibrou e nunca desistiu (prova no segundo golo de sua autoria). Pizzi regressou ao miolo para ocupar a vaga de Horta (lesionado) e não foi muito feliz. O camisola 21 esteve algo inseguro, preso nos movimentos e falhou demasiados passes.
Nota ainda para Cervi. O pequeno argentino entrou para o lugar do apagado Carrillo e precisou de poucos minutos para se estrear a marcar na Liga com a camisola encarnada, conseguindo em 4 minutos aquilo que o peruano não conseguiu durante 66 minutos: desiquilibrar e marcar.
Infeliz. A melhor palavra para descrever a tarde de Luís Aurélio no Estádio da Luz. O extremo direito acabou por manchar o plano de José Mota para a partida num lance de profunda infelicidade, no qual desvia a bola para o fundo das redes de Peçanha. No capítulo ofensivo, Aurélio esteve um pouco apagado, ao contrário de Luís Machado, na ala oposta, ia sendo um dos mais irrequietos.
É certo que o Benfica acaba por marcar quatro golos, mas em nenhum deles a culpa pode ser apontada a Peçanha. Acabou surpreendido em todos eles e evitou, logo no arranque da partida, um cabeceamento com selo de golo de Salvio. Mais não conseguiu fazer.
4-0 | ||
Toto Salvio 61' Franco Cervi 70' Álex Grimaldo 90' | Luís Aurélio 35' (p.b.) |