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    A história do adversário do Moreirense na Taça

    Quem é o Oriental Dragon, o clube chinês a jogar em Portugal?

    Quando se pensa em Oriental, a memória da larga maioria dos adeptos de futebol portugueses redireciona-os para o histórico clube lisboeta, fundado em 1946, mas de há uns anos para cá há outro clube que se dá pelo mesmo nome a crescer a olhos vistos e com uma história peculiar: o Oriental Dragon FC.

    Este sábado, o Moreirense entra em cena na 3ª eliminatória da Taça de Portugal e vai ter pela frente uma equipa que nunca perdeu uma eliminatória da Prova Rainha portuguesa, em dois anos que participou na mesma, sem ser através do desempate por grandes penalidades. Além disso, o Oriental Dragon é uma equipa muito jovem, «importada» para o futebol português e que conta com uma história um pouco diferente do habitual. Por isso mesmo, o zerozero esteve à conversa com Diogo Branco, defesa central de 23 anos, que está a cumprir a sua segunda temporada na formação que agora milita na Liga 3, para conhecer melhor o clube por dentro e antever o duelo da Taça de Portugal.

    Clube de casa às costas

    A cumprir a sua 8ª época enquanto sénior, o defesa conta com passagens por clube como o Mafra, Atlético CP, pelos austríacos do SK Bischofshofen ou até pelo Olímpico Montijo, onde dividiu o balneário e o campo com Beto, avançado que atua agora na Udinese, da Serie A. Conta que foi convidado a rumar ao Oriental Dragon em 2019/20, aquando da interrupção do Campeonato de Portugal devido à pandemia de covid-19 e que «viu com bons olhos» a mudança», até porque «já conhecia alguns jogadores que já tinham assinado e sabia que se podia fazer um bom grupo e uma boa equipa.»

    O Oriental Dragon é um clube que foi fundado apenas em 2014, pela Wsports Seven, empresa detida pelo empresário chinês Qi Chen, tendo como objetivo inicial promover e potenciar o desenvolvimento de atletas de nacionalidade chinesa, provenientes do seu país natal, no futebol português. Foi, durante alguns anos, uma equipa secundária do Pinhalnovense - milita no Campeonato de Portugal - e andou com a casa às costas vários anos. Disputou os primeiros jogos no Pinhal Novo, treinou nos campos secundários do Real SC, em Massamá, passou pelo Estádio da Brejoeira em Brejos de Azeitão e hoje, após mais algumas paragens e «casas, faz do Estádio Alfredo da Silva, no Barreiro, o seu terreno de jogo.

    Diogo Branco está a cumprir a sua 2ª época no clube ©Oriental Dragon FC
    «É um clube novo e muitas pessoas podem ainda não o conhecer, até porque só o ano passado se estreou em campeonatos nacionais, mas é um projeto bom, é um projeto que tem olhos no futuro, tem uma visão. É um projeto muito positivo, que quando me apresentaram decidi abraçá-lo. Com os anos que vão passando, acredito que o Oriental Dragon vai ficar cada vez mais conhecido, vai criar a sua mística e a sua marca no futebol português», explica-nos Diogo Branco.

    Apesar das suas características inerentemente ligadas à cultura chinesa e asiática, Diogo Branco considera que as diferenças para outros clubes «não são muitas», até porque já no Olímpico Montijo tinha convivido com uma SAD também ela chinesa. Além disso, o clube conta, neste momento, com três atletas chineses no seu plantel, mas o central considera que «não existe barreira linguística», até porque tanto os seus colegas asiáticos, como o dirigente que cá está, Sheng Long - o diretor que serve de ligação entre o dono Qi Chen e tudo o que se passa no clube -, falam português.

    Qi Chen, contudo, não era um completo desconhecido do futebol português antes de 2014. Além das ligações ao Pinhalnovense, falamos do mesmo empresário que trouxe para o futebol português Yu Dabao, avançado que chegou a defender as cores do Benfica, CD Aves e Olivais e Moscavide. Diogo conta ao zerozero que um dos objetivos do clube é impulsionar jogadores, não só de origem chinesa, para outros patamares e que para isso também «facilita a divisão onde o Oriental Dragon está inserido», porque é uma «liga com muita visibilidade, onde os jogos são todos transmitidos e há prémios de melhor jogador do jogo e do mês», algo que facilita o salto para outras realidades.

    Ascensão meteórica de pés assentes no chão

    Criado em 2014, o Oriental Dragon, filiado na Associação de Futebol de Setúbal, começou por disputar os campeonatos distritais organizados por aquela Associação, e em 2015/16 participou, pela primeira vez, no Campeonato Distrital de Séniores, na 2.ª divisão distrital. Em 2017/18 chegou à 1ª divisão distrital de Setúbal e na época seguinte foi finalista vencido da Taça da AF Setúbal.

    Há uns anos, Carlos André, diretor desportivo do clube, e Qi Chen, dono, assumiram que o objetivo do Oriental Dragon passava por chegar ao Campeonato de Portugal. Depois de, em 2019/20, conquistarem o Campeonato da 1.ª Divisão Distrital de Seniores, cumpriram o seu objetivo e, no ano seguinte, chegaram ao Campeonato de Portugal, mas não se ficaram por aqui.

    Oriental Dragon garantiu a subida à Liga 3 na época passada ©Oriental Dragon FC
    Ao terminar em 3º lugar na Série G do Campeonato de Portugal em 2020/21, o Oriental Dragon teve direito a participar na fase de acesso à nova Liga 3 e aí superou o Sporting B, o Louletano e o Moncarapachense e voltou a subir de divisão, inserindo o seu nome como um dos primeiros clubes a estrear a nova prova da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Este ano, o objetivo também está definido, de pés assentes no chão, apesar do sucesso anterior.

    «O objetivo que traçámos para esta época é a manutenção na Liga 3. Há equipas que têm investimentos muito superiores ao nosso e assumem a vontade de subir, mas para nós o objetivo é manter. Seguimos a linha de raciocínio do ano passado, em que jogámos muito jogo a jogo e fomos crescendo ao nível de ambição à medida que a época foi avançando. Temos um grupo muito unido, com muita qualidade e com vontade de se mostrar numa Liga, a Liga 3, que assemelha-se a uma Segunda Liga, mais profissional, com mais visibilidade e com muita qualidade», diz-nos Diogo Branco.

    Invictos na Taça, querem ser surpresa

    Por ter estado os primeiros anos a competir nas provas distritais, o Oriental Dragon está apenas a disputar a Taça de Portugal, a Prova Rainha do futebol português, pela 2ª vez (consecutiva) na sua história e conta com uma peculiaridade. É que a formação da AF de Setúbal nunca perdeu na Taça de Portugal sem ser nas grandes penalidades. Num total de cinco jogos disputados, o Oriental Dragon soma três vitórias em tempo regulamentar, uma - já este ano - nas grandes penalidades e uma derrota, na edição da época passada, precisamente nesta fase, também nas grandes penalidades, frente ao Leixões (3x4).

    Taça de Portugal Placard 2021/2022

    Oriental Dragon FC
    2J  1V 1E 0D (4-3)
    Forma: VE
    TP: Moreirense (C) 16/10
    Diogo Branco explica o que motiva uma equipa de divisões inferiores na Taça: «O facto de jogarmos contra equipas de patamares superiores, tanto de Primeira Liga, como de Segunda Liga, dá sempre uma motivação extra a equipas de divisões inferiores. Temos uma boa equipa e o ano passado apenas perdemos com o Leixões nos penáltis, num jogo muito disputado. Este ano ganhámos ao Lusitano de Évora na 1ª eliminatória e depois frente ao Loures, do Campeonato Nacional de Seniores, que não foi um jogo fácil. Agora temos o jogo com o Moreirense, uma equipa de Primeira Liga. É aquele jogo que todos queremos jogar, contra uma equipa do principal escalão do futebol português.»

    Este é, de resto, o primeiro jogo na curta história do Oriental Dragon frente a uma equipa do principal escalão do futebol português e o jogador de 23 anos diz que este é daqueles encontros que «todos querem e ambicionam jogar», uma vez que, por se tratar de uma «equipa que se tem mantido há alguns anos na Primeira Liga», é sempre «um fator motivacional» nesta competição. No entanto, o central garante que se preparam «da mesma maneira.»

    «Todas as semanas preparamos os jogos para ganhar e trabalhamos com esse intuito. Sentimos que podemos causar uma surpresa frente ao Moreirense. Somos uma equipa com qualidade, um grupo forte e podemos causar surpresa na Taça, como acontece todos os anos. Somos um grupo com alguns jogadores jovens, mas com experiência até em campeonatos superiores. Acreditamos numa surpresa», conclui-nos Diogo Branco, deixando no ar a esperança de ser o próximo tomba-gigantes da Taça de Portugal.



    Veja as incidências da partida no acompanhamento feito pelo zerozero.pt.

    Comentários

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    motivo:
    Pestinha666
    2021-10-16 17h41m por Mafarriko
    Boas, Pestinha666. Podes dizer quais foram os 3 clubes que se uniram para formar o Oriental Dragon? Obrigado.
    jogos históricos
    U Sábado, 16 Outubro 2021 - 15:00
    Estádio Alfredo da Silva
    João Gonçalves
    2-3
    a.p.
    João Bandeira 29'
    Filipe Gaspar 75'
    Gonçalo Franco 48'
    Rafael Martins 60'
    André Luís 112'

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