Por uma façanha digna dos livros de história

Em busca de fazer história, o Paços de Ferreira está em Londres para defrontar o Tottenham. Não o mesmo Tottenham que foi finalista da Liga dos Campeões há três temporadas, mas um ainda suficientemente grande para colocar uma eventual qualificação pacense nos livros de história do futebol português e, quiçá, europeu.

A vitória na Capital do Móvel fez soar os alarmes para Nuno Espírito Santo. A estratégia de alinhar com muitos jovens e deixar as referências em Inglaterra não correu de feição e, ao que tudo indica, o mesmo não deverá acontecer no encontro decisivo. O técnico deu a entender que o contexto é outro, não há grandes viagens pelo meio e piscou o olho ao maior nome da equipa, agora mais comprometido que nunca.

A esperança mora neste golo ©Catarina Morais / Kapta +

É que do lado português não existem dois plantéis perfeitamente capazes de dar resposta e jogadores de várias dezenas de milhões de euros que se dão ao luxo de descansar durante a semana. O Paços chega a esta partida depois de uma nova derrota no campeonato, em que poucos foram poupados. O trio do meio campo será o mesmo, com Eustáquio a assumir as despesas, a defesa pouco alterada será também... Se as distâncias já são grandes, imagine-se assim.

A verdade é que a vantagem é pacense, fruto do golo de Lucas Silva. A pressão está nos ingleses de virarem um resultado em sua casa, frente a uma equipa que terá no aspeto mental e no passar do relógio os seus maiores aliados. Jorge Simão, em conferência de imprensa, falou em 10% de hipótese, o que representa bem a montanha que os castores têm pela frente.

Fernando Pessoa, pelo heterónimo de Álvaro de Campos, tinha em si «todos os sonhos do mundo». Este Paços também ganhou o direito de os ter.