Se quiséssemos escrever uma daquelas frases típicas de redes sociais sobre esta partida, poderíamos dizer, na previsão deste encontro e em jeito de brincadeira, que foi Ibrahimovic quem decidiu que o trevo de três folhas devia ser o símbolo maior da República da Irlanda. Mas não, estamos mesmo a brincar.
É que falar de Ibrahimovic é falar de simbolismo e de futebol sui generis. Em França, mais precisamente em Paris, que o acolheu nos últimos quatro anos, o avançado volta a carregar a sua seleção para mais uma fase final, depois da interrupção no Mundial 2014 - do qual, ao seu estilo, disse que não ia ser «a mesma coisa sem Ibrahimovic».
Mas não será este o jogo de um só jogador. A Suécia, ainda amarrada a uma geração que se vai preservando no tempo, mas já a colher frutos da conquista do Europeu de sub-21 há um ano, quer impor finalmente uma cultura bem mais capaz do que as habituais quedas nas fases de grupos.
Isto contra uma seleção irlandesa igualmente a preservar uma geração que vai de Given a Robbie Keane, passando por O'Shea ou Aiden McGeady. Ao estilo próprio do futebol britânico, o conjunto de O'Neill também tentará fazer bem melhor do que o que tem sido hábito.
Certa parece ser a emotividade à volta de um jogo entre formas de estar diferentes: os irlandeses mais entregues a um espírito de solidariedade, os suecos mais fiados no talento das principais figuras.
O guarda-redes de 29 anos conseguiu, no último ano, agarrar o lugar que foi de Shay Given durante muito tempo e tem feito por preservá-lo, nomeadamente no playoff contra a Bósnia. Agora, depois de terminar a temporada a titular no West Ham, o patamar é outro e a sua seleção precisa de si na máxima concentração.
qTemos alguns talentos individuais que podem mudar o rumo do jogo. Se formos teimosos e inquebráveis, se soubermos ter um pouco de talento e aplicá-lo, as nossas hipóteses aumentarão. Estamos prontos para a competição Martin ONeill | qPreparámo-nos bem, aqui e na Suécia. Respeitamos a Irlanda. Eles têm jogado num estilo mais de posse nos últimos quatro jogos, mas antes atuavam num estilo mais britânico tradicional. Vamos ver como se vão apresentar e adaptar-nos-emos às duas possibilidades. Estamos preparados para isso Erik Hamrén |