Não será fácil descrever o que se passou no relvado entre País de Gales e Irlanda do Norte. Com o alargamento da competição, e com o apuramento de tantos terceiros classificados para a fase a eliminar, acaba por ser normal existirem jogos com uma qualidade técnica mais reduzida, mas o que aconteceu este sábado foi deprimente para a UEFA. Um jogo de pontapé para a frente, entre duas equipas que, ao estilo britânico, se preocuparam em duelos físicos do que em jogar bom futebol. O melhor espetáculo veio mesmo das bancadas. Os galeses mostraram que eram aqueles que menos queriam o Brexit, não da União Europeia, mas do Campeonato da Europa.
É certo que não era de esperar um jogo de futebol espetacular, mas todos sabíamos que não iria faltar intensidade. Raça e luta por todas as bolas, o jogo até começou por prometer ser entretido. Logo aos 10 minutos o guardião da Irlanda do Norte, McGovern, negou o golo a Dallas e pensou-se que o jogo podia ser emocionante. Só que o País de Gales mostrou que não sabe jogar em ataque continuado. A equipa de Bale é, claramente, uma equipa que gosta de ter espaço para correr, jogar em contra-ataque ou em transições rápidas. Só que, a Irlanda do Norte, também não gosta de ter bola. Portanto, o jogo foi quase sempre de pontapé para a frente e de remates de longe.
Ainda se esperou que Gareth Bale pudesse ser o motor galês e ele bem tentou. Correu e procurou a bola, mas a marcação da defesa da Irlanda do Norte não lhe deu espaço, principalmente na primeira parte.
Quando já se pensava no prolongamento, eis que um cruzamento venenoso de Gareth Bale termina com um auto-golo de Gareth Mcauley. Uma infelicidade mas, se o central não tocasse na bola, Kanu, com certeza, iria fazer o golo. Até ao final, a Irlanda tentou de todas as formas chegar ao empate, mas o jogo direto nunca surtiu efeito.