Corria o minuto 38 da primeira parte do Mainz - Union Berlin quando os ultras da equipa visitante arremessaram para o relvado da Mewa Arena bolas de ténis, forçando à interrupção da partida. Uma situação repetida dois minutos depois, que já é um fenómeno no futebol alemão. Uma rápida pesquisa na internet mostra-nos casos destes em vários jogos da Bundesliga e da Bundesliga 2. E porquê?
Tudo começou em dezembro do ano passado. Corria o dia 11, quando a Liga Alemã de Futebol reuniu os 36 clubes da primeira e segunda divisões para votar a entrada de investimento privado externo, em troca de uma percentagem dos direitos televisivos. Este acordo, com uma duração prevista de 20 anos, foi aprovado com 24 votos a favor, 10 contra e duas abstenções.
O ato representou uma clara rotura à política do futebol alemão, que nunca mostrou este tipo de abertura em qualquer matéria envolver a entrada de investidores externos. Apesar de existirem algumas exceções (casos do Bayer Leverkusen, Wolfsburg ou até do TSG Hoffenheim), a regra 50+1, impõe a obrigação das ações de cada clube serem totalmente ou maioritariamente possuídas pelo próprio e nunca por um investidor externo.
Desde a véspera dessa reunião até ao presente, decorreram inúmeros protestos nos mais diversos estádios dos referidos escalões do futebol germânico. O mais famoso foi no encontro entre o Bochum e o Union Berlin, a 16 de Dezembro. Ao minuto 12, a partida foi interrompida e Takuma Asano, extremo do Bochum, tranquilamente agarrou uma das moedas e comeu-a.
— Out Of Context Football (@nocontextfooty) December 17, 2023