Ainda não é desta que vai haver final portuguesa na Liga dos Campeões... e novamente por culpa do Benfica. Esta sexta-feira, em Yerevan, a equipa de Mário Silva foi derrotada, nos penáltis, pelo Palma Futsal, campeão europeu em título, e falhou o acesso ao grande jogo de domingo, onde podia encontrar o Sporting. Resta, agora, lutar pelo terceiro lugar na Arménia.
Apesar de, no global do tempo de jogo, ter sido superior ao Palma, os encarnados deitaram tudo a perder nos últimos minutos do tempo regulamentar. Nos últimos 10 minutos, o Benfica desperdiçou uma vantagem numérica, em que podia ter feito um 4-1 que mataria o jogo, e deixou o Palma crescer no jogo com outro tipo de estratégia. Resultado final? Jogo no prolongamento, depois nos penáltis... e desnorte total de um Benfica que tarda em se encontrar.
O título desta crónica, na nossa opinião, não podia ser mais ajustado. O Benfica, em 2023/24 (e não só) tem sido uma equipa irregular, capaz do melhor e do pior. Contra o Palma mostrou a mostrá-lo, mas num só jogo. Não é que na primeira parte tivesse sido o melhor Benfica da época, mas foi o suficiente para ir para o intervalo a vencer de forma justa.
Perante um Palma limitado em termos de jogo ofensivo (sem Tayebi ou Bruno Gomes, principais pivot´s) e, surpreendentemente, sem a opção Luan Muller para explorar o jogo de guarda-redes subido, o Benfica soube sobressair no meio do equilíbrio. Lúcio, de bola parada, desbloqueou, mas rapidamente, com a mesma fórmula, o Palma empatou na sua melhor fase e onde Gugiel começou a brilhar.
Jacaré, minutos mais tarde, acabaria por voltar a colocar o Benfica em vantagem e a partir daí as águias mostraram-se confortáveis em toda a linha. Quando havia perigo, Gugiel resolvia, mas nesta fase eram poucas as vezes em que isso acontecia, com a turma lisboeta a perceber para onde ia o jogo do Palma. E se já estava confortável, mais ficou quando, ao segundo minuto do segundo tempo, Lúcio fez o 3-1.
O Palma estava longe de se conseguir encontrar, mas aos poucos, sem crises de identidade, foi aparecendo e obrigando Gugiel a voltar a mostrar o porquê de ser um guardião de equipa grande. Mas novamente contra a corrente do jogo, Ernesto, de forma infantil, levou o segundo amarelo e expôs a sua equipa a um possível 4-1. Não aconteceu e essa foi a chave do jogo.
De forma inacreditável, os encarnados sofreram, nos últimos dois minutos, dois golos de 5 para 4 do Palma e o jogo foi para um prolongamento que pouca história teve. Só nos penáltis houve vencedor e aí o Palma soube ser mais forte a nível mental... e de acerto.
Em suma, o Benfica só se pode queixar de si próprio. Mais uma vez, a equipa fica à porta da final e terá, obrigatoriamente, de olhar para dentro. Desperdiçar uma oportunidade destas desta forma não é normal. Falamos de uma final da Liga dos Campeões... onde o Palma vai estar e o Benfica não.
4-4 (3-4 g.p.) | ||
Lúcio Rocha 7' 22' 37' Jacaré 11' | Jesús Gordillo 9' 39' Luan Muller 34' Marcelo dos Santos 38' |