Não como nunca, mas a exibição foi de muita qualidade. O desfecho, esse, voltou a ser o mesmo. A Inglaterra caiu novamente sem glória de um grande competição (1-2), apesar de em pouco ter sido inferior à atual campeã do mundo. Segue em frente a França, grande candidata a garantir bilhete para a desejada final.
Com queixas de arbitragem e um penálti falhado, a noite não foi feliz dos homens de Southgate, cujo futuro vai fazer correr tinta. Não foi desta que a felicidade a Terras de Sua Majestade.
Talvez pela tranquilidade de ser o campeão em título, a França entrou mais solta na partida e a procurar dominar. De rotinas afinadas, os gauleses mostraram força a meio-campo e dificultaram a saída dos britânicos para o ataque. Num momento de grande inspiração individual, o golo surgiu para agitar ainda mais o duelo.
Após dividida - que pareceu faltosa - ganha com Saka, o defesa Upamecano cavalgou até zona ofensiva e originou o 1-0. Passes rápidos e um potente remate de Tchouaméni, que só terminou nas redes de Pickford. Um grande momento de um ainda jovem médio, a responder da melhor forma à aposta num setor em que Pogba e Kanté são ausências.
A desvantagem fez bem à Inglaterra, que sacudiu a pressão e começou a mostrar o futebol que é capaz. Colegas de equipa no Tottenham, o avançado Harry Kane e o guardião Hugo Lloris protagonizaram um par de excitantes duelos, ganhos em grande estilo pelo veterano guardião. O início da resposta dos Três Leões, acentuada após o intervalo.
Com personalidade, os comandados de Southgate aumentaram o ritmo e acabaram por receber o prémio. Lloris ainda negou um bom remate de Bellingham, mas não conseguiu evitar o empate. Má abordagem de Tchouaméni a derrubar Saka e Harry Kane a converter o castigo máximo, que lhe permitiu igualar Wayne Rooney no topo dos goleadores da seleção.
Após este momento, o jogo partiu e ganhou estatuto de um dos melhores desta prova, de excelência na análise ao que se tem passado dentro das quatros linhas. Oportunidades para os dois lados, incerteza e a crueldade do futebol, definiram o desfecho do último quarto de final.
Maguire e Saka cheiraram a reviravolta, porém, Giroud não perdoou um excelente cruzamento de Griezmann - de valorizar o Mundial deste homem - e foi a França quem voltou a fazer mexer o marcador. Duro golpe nas aspirações inglesas, que tiveram o prego final num momento que vai perdurar na memória.
Recém-entrado, Mason Mount foi empurrado de forma imprudente por Theo Hernández, momento que originou a segunda grande penalidade do jogo. Desta vez, o capitão Harry Kane atirou por cima e desperdiçou a grande oportunidade. Que injusto tem sido o futebol para este talentoso avançado.
Mais um para a recordação, mais uma grande prova a acabar em tristeza para a casa do futebol.
🇫🇷França está novamente nas meias-finais do Campeonato do Mundo (2018 e 2022).
— Playmaker (@playmaker_PT) December 10, 2022
Presenças em meias-finais em 🏆Mundiais consecutivos não acontecia há 36 anos para a França (82-86).#QatarWorldCup2022 #FIFAWorldCup #ENG #FRA #MUNDIALnaSPORTTV pic.twitter.com/0kPNIhAKt7
Muitas vezes este tipo de jogos têm tendência a pouco risco e um futebol fechado. Nada disso apresentaram as duas seleções, com vários momentos ofensivos e vontade de resolver o assunto dentro do tempo regulamentar. Só podia avançar um, mas fica também para a história um excelente duelo.
A eficácia traiu a Inglaterra neste jogo. Futebol de qualidade, objetivo e que criou problemas aos gauleses, durante vários minutos por baixo da partida. Apesar de um Hugo Lloris imperial, o lance da grande penalidade desperdiçada foi o maior exemplo da falta de asserto dos Três Leões.
Séria candidata a pior arbitragem deste Mundial. Permissivo, irregular no critério e com muitas razões de queixas para o lado inglês. Não esteve a altura do palco, nem dos protagonistas.