zlatan_21 20-05-2024, 08:18
No Na Memória desta semana, e a propósito da receção do Boavista ao Vitória de Guimarães, recuamos 40 anos para recordarmos a final de 1976, num país a respirar o primeiro oxigénio de liberdade depois da Revolução.
O Boavista tinha ganho a primeira Taça de Portugal na época anterior (triunfo em Alvalade contra o Benfica) e, com José Maria Pedroto ao leme, elevava-se pela primeira vez à designação de Boavistão, repetindo a final depois de bater o V. Setúbal por 2x0.
Do outro lado, os vimaranenses à procura da glória da conquista, chegavam à final após superarem o Sporting em prolongamento (2x1).
Num jogo que começou muito antes do apito inicial de António Garrido (outro dos destaques da partida), a escolha do palco foi o primeiro assunto, com a escolha a recair no Estádio das Antas, por geograficamente ser mais apelativo às duas massas adeptas - o que se traduziria em casa praticamente cheia.
Depois, a hora do jogo foi outro condimento de alguma polémica. Os boavisteiros preferiam um horário noturno, os vitorianos sugeriam o fim de tarde e a FPF acabou por primeiro aceder à solução das 21h30 e, mais tarde, por força dos protestos vimaranenses, mudar para meio da tarde.
Quanto ao jogo em si, o Boavista fez jus ao estatuto de favorito e entrou a todo o gás, dizem os relatos da altura. Foi, por isso, natural a forma como chegaram ao golo inaugural, numa perspicácia de Salvador perante a passividade do Vitória de Guimarães.
A equipa axadrezada, que contava também com o apoio de boa falange de adeptos... do FC Porto, sentiu depois algumas dificuldades perante a enérgica resposta vimaranense.
O jogo foi marcado por queixas à arbitragem do leiriense António Garrido (um dos mais credenciados juízes portugueses da história) por parte da equipa de Guimarães, que esmoreceu depois do regresso dos balneários.
A partida seria incerta até ao fim, com a turma vimaranense inconformada com o resultado, mas com o Boavista a fazer uso da sua maior tarimba para controlar as operações - e a contar com um Botelho inspirado.
Esta foi a história da segunda de cinco Taças de Portugal conquistadas pelos axadrezados, uma das três ganhas na década de 70 e também a reconfirmação dos enormes méritos de José Maria Pedroto (na altura a acumular o cargo no Bessa com o de selecionador nacional), que o levariam uma vez mais para o FC Porto, nesse verão.
2-1 | ||
Salvador Almeida 10' 49' | Rui Lopes 62' |