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Parte II da entrevista a Miguel Maria Cardoso

Miguel Maria Cardoso: «Sabia que estava preparado para voltar e fazer uma excelente época»

2020/04/05 15:23
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Miguel Maria Cardoso é um dos nomes mais importantes do basquetebol nacional. O internacional luso já passou por clubes como FC Porto, Vitória SC, Benfica ou Nanterre, já venceu todos os títulos de primeiro nível em Portugal, uma Taça de França e já disputou algumas das principais competições a nível europeu.

O zerozero aproveitou a paragem nos campeonatos para entrevistar o base de 27 anos sobre toda a sua caminhada. Desde o início em Ponte de Lima, às passagens por França, Alemanha e à mais recente aventura ao serviço do CB Almansa, do segundo escalão espanhol, passando ainda pela EuroLiga e pelo início da pandemia do Coronavírus em Espanha.

Na segunda parte da entrevista (pode ler a primeira parte aqui), Miguel falou-nos como viveu o regresso a Portugal, tanto no Vitória SC como no Benfica, da aventura em Espanha ao serviço do CB Almansa e ainda do futuro da seleção nacional.

Parte I Do início em Ponte de Lima à estreia na EuroLiga com 20 anos: «Esses minutos fazem tudo valer a pena»

Parte III «Vejo isto muito complicado para voltarmos a jogar»

«Eu sabia que estava preparado para voltar»

©Vitória SC

Zerozero: Seguiu-se o tão aguardado regresso a Portugal pelas portas do Vitória SC. Como é que surgiu a oportunidade?

Foi engraçado. Eu estava em Madrid com o meu pai e o meu tio a passar uns dias e estava na dúvida porque tinha boas propostas na Alemanha, de divisões acima, e a minha cabeça estava para continuar no estrangeiro. Mas o Fernando Sá ligou-me e o discurso dele, que é uma pessoa extremamente humana e positiva, motivou-me e o projeto também. Regressar a Portugal e poder liderar uma equipa como o Vitória SC, era um projeto muito ambicioso. Eu sabia que estava preparado para voltar e fazer uma excelente época na Liga Portuguesa, porque tenho consciência do meu nível e do que trabalho para isso, então, quando chegou a oportunidade… fez-se naquela chamada.

ZZ: Também aqui estiveste em grande destaque ao liderar a equipa até às meias dos play-offs, onde só a futura campeã Oliveirense vos parou. Foi o regresso que esperavas?

Foi um regresso ótimo, ainda para mais em Guimarães tratavam-me como em casa. Foi o que eu esperava. Sabia que a liga portuguesa era uma liga com bom nível, mas sabia que estava preparado para jogar e então foi isso que eu fiz.

ZZ: A boa temporada em Guimarães levou-te até ao Benfica. O regresso a um clube grande e a hipótese de lutar por títulos que, no entanto, acabaram por não chegar. O que é que achas que faltou à equipa?

Não sei… Acho que apenas não chegamos a ter aquela coesão e aquela química que te leva a ganhar títulos. Às vezes ter os melhores jogadores não chega. Nós fizemos um excelente trabalho, mas infelizmente os títulos não chegaram.

ZZ: Ainda assim, consideras a experiência positiva?

Sim, claro! O Benfica é um grande clube, toda a gente sabe a grandeza do Benfica e nem se põe em questão. Tem excelentes condições para trabalho, há pessoas muito boas lá dentro e foi uma experiência fantástica.

«Queria ver se era capaz de jogar numa liga assim»

©CB Almansa

ZZ: Seguimos agora para esta temporada e para uma nova aventura em Espanha. Como é que surgiu o convite?

Eu tinha dois anos de contrato com o Benfica, mas o final da época não correu como esperava e acabamos por chegar a acordo para rescindir já quase no início da pré-época. Eu tinha vontade de voltar a jogar no estrangeiro e numa liga extremamente competitiva e quando chegou a oportunidade da LEB Oro, eu não hesitei. Tinha outras propostas, de Inglaterra e da Suécia, mas poder jogar em Espanha e numa liga como a LEB Oro era um desafio e eu queria ver até que ponto era capaz de jogar numa liga assim.

ZZ: Como é que comparas a segunda liga espanhola com o nosso campeonato?

A verdade é já tinha feito jogos de treino contra equipas espanholas, quer no Benfica, quer no Vitória SC, mas quando chegas a Espanha vês que a realidade é completamente diferente. O campeonato é extremamente denso, é físico e todos os jogos são extremamente difíceis. Nunca sabes o que é que pode acontecer… Numa semana ganhas ao primeiro, na a seguir perdes com o último e o último ganha ao primeiro. O jogo é muito rápido e o tempo que tens para tomar decisões é muito menor e todas as decisões más que tomas pagam-se caro. Em Portugal tens mais tempo para lançar e para decidir e os erros nem sempre custa carro, lá os erram são sempre castigados.

ZZ: A equipa vem de três subidas consecutivas e chegou este ano ao segundo escalão. Quais eram os objetivos do início da temporada? Uma nova subida?

Não, temos de ter consciência da nossa realidade. Óbvio que em Almansa se sonha muito e posso-te dizer que, se nos qualificarmos para os play-offs, não é fácil virem-nos ganhar em casa. Mas o objetivo é mantermo-nos na LEB Oro.

©FPB
ZZ: Estão a quatro pontos de um lugar no play-off, ainda acreditam?

Sim, mas já só faltam dez jogos e começa a ser complicado. E estamos próximo dos play-offs, mas também estamos muito perto dos lugares da descida. Por isso é como já te disse, não podes dar jogos de borla no início porque depois no fim paga-se caro.

ZZ: Individualmente, estás com médias de 20,4 min por jogo, 8,1 pontos e 3,3 assistências. Estás satisfeito com a tua prestação?

Estou satisfeito. Jogo 20 minutos e nesse tempo conseguir 8 pontos e 3 assistências deixa-me satisfeito. Claro que todos os jogadores querem sempre jogar mais, mas nós temos três bases - um espanhol, um norte-americano e eu. Eu ponho sempre a equipa à frente de tudo e só penso em continuar na LEB Oro. E há coisas que não vêm na estatística que eles gostam muito, em termos de direção de jogo, de controlo de ritmos, a energia que tu trazes e eu tenho feito bem esse papel.

ZZ: Saindo de Espanha mas continuando pelo teu passado recente, a seleção nacional está a viver um momento de mudança com a entrada de vários jovens e tu és um dos rostos que lidera esta transição uma vez que fizeste parte dos grupos anteriores e continuas agora como peça importante. Como é que tem sido todo o processo e como é que vês o teu papel?

A seleção está a mudar, mas continuamos com um grupo forte e eu continuo a fazer o meu trabalho. Eu estou no basquete para me divertir e para ter prazer, porque é uma coisa que eu gosto de fazer. Vou tentar ajudar os mais novos a evoluir e vamos tentar alcançar os nossos objetivos. É importante a nossa seleção cumprir os objetivos, ganhar jogos e disputar grandes competições e eu, mais do que ninguém quero ajudar e contribuir para esse sucesso. Há outros jogadores experientes também e eu acho que juntos vamos conseguir que a transição dos mais novos seja fácil e que se adaptem rapidamente a esta realidade.



Portugal
Miguel Maria
NomeMiguel Maria Varajão Leal Cardoso
Nascimento/Idade1993-01-15(31 anos)
Nacionalidade
Portugal
Portugal
PosiçãoBase

Fotografias(50)

Liga Betclic 23/24| Benfica x FC Porto (J15)
FIBA Europe Cup 23/24| FC Porto x BG Gottingen

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