Diamantes guardam-se no banco

O segredo estava no banco. O Vizela venceu o Estrela por 2-1 e passou à próxima fase da Taça de Portugal, num jogo que teve de ir a prolongamento para ficar resolvido. Nuno Moreira fabricou o empate, Lacava e Matheus o segundo, os diamantes guardados no banco de Pablo Villar. O Estrela começou bem, mas o golo fez a equipa descer e nunca mais se viu os tricolores.

Estrela cadente ia resolvendo

Taça é, muitas vezes, sinónimo de mudança. Pablo Villar alterou três peças, Sérgio Vieira duas. O Vizela voltou a apresentar-se num sistema híbrido, com Rodrigo Escoval a fechar o corredor esquerdo em processo defensivo e jogando como central quando a equipa tinha bola, transformando o 4-3-3 num 3-4-3. Sérgio Vieira, sem muitas mexidas, voltou a apostar no 3-4-3 já característico do Estrela.

@Rogério Ferreira / Kapta+

O jogo começou congelado, em comunhão com o frio que se sentia. O Estrela parecia mais confortável, mas as oportunidades eram nulas e o perigo não rondava nenhuma das balizas. Um canto a favor do Vizela acabou por desatar o nó... para os tricolores. Contra-golpe velocíssimo conduzido por Léo Jaba, qual estrela cadente, e Kikas inaugurou o marcador para o Estrela perto dos vinte minutos.

Um Vizela pouco acertivo e um Estrela organizado foram deixando o marcador inalterado. Os da casa subiram o nível, ocupando o meio campo adversário por mais tempo do que até então. Samu, de longe, atirou à barra perto do intervalo e e fez tremer a vantagem estrelista, que parecia mais ameaçada à medida que o cronómetro ia avançando. 

Vizela é assim e luta até ao fim

O paradigma do final do primeiro tempo foi-se mantendo no início do segundo. O Estrela baixou as linhas e esperou pela iniciativa vizelense, que também não ia sendo a mais acutilante. A equipa vizelense navegava num mar de ideias e Nuno Moreira e Diogo Nascimento foram lançados tentar levar o último terço da equipa vizelense a bom porto.

Contra a corrente do jogo, e já depois de várias paragens para assistências a jogadores de ambas as equipas, Kikas voltou a inserir a bola na baliza do Vizela, mas uma posição irregular salvou a equipa de rainha ao peito.

@Rogério Ferreira / Kapta+

Vizela é assim e luta até ao fim: é por este lema que se guia a equipa minhota, que o preconizou dentro de campo na parte final da partida. O Vizela foi para cima e chegou ao empate já dentro dos últimos dez minutos. Bruno Wilson apareceu na área e, de pé esquerdo, deu vida a um Vizela que aparentava desânimo. Léo Jaba, logo de seguida, deu ainda mais alento aos vizelenses com uma expulsão infantil. 

Nuno Moreira teve a vitória nos pés, mas tremeu na cara de Dida e o jogo seguiu para prolongamento.

Caixa forte guardada no banco

Com mais um homem em campo, os vizelenses entraram no prolongamento com vontade de remontar a partida. Tomás teve uma chance de ouro a abrir, Samu avisou depois e Diogo Nascimento atirou ao poste, naquela que foi uma primeira parte de sentido único. O Estrela, baixo, ia-se valendo de algum anti-jogo para travar o ímpeto vizelense.

A segunda parte foi menos produtiva, mas a equipa da casa nunca deixou de rondar a área adversária. Já nos cinco minutos finais, fez-se luz em Vizela! Lacava trabalhou do lado esquerdo e cruzou para Matheus Pereira levantar o estádio. Com uma finalização pouco ortodoxa, o brasileiro remontou a partida, para alegria dos adeptos da casa.