O apuramento para o Europeu 2024 já estava garantido, mas, mesmo para cumprir calendário, Portugal não deu azo a facilitismos na deslocação à Bósnia. A seleção lusa conquistou a oitava vitória consecutiva numa fase de qualificação para um Campeonato da Europa e fez história, batendo um registo ainda dos tempos de Fernando Santos.
Uma primeira parte de grande nível, com vários protagonistas em evidência - alguns habituais titulares ficaram de fora -, colocou um ponto final no assunto, levando a seleção da casa a ser fortemente assobiada pelos seus adeptos no recolher aos balneários. No segundo tempo, os lusos limitaram-se a gerir e a não forçar a «avalanche».
Como um bonito conto de fadas, a primeira parte da seleção portuguesa foi excecional. Futebol simples, bem executado e a aproveitar as evidentes debilidades defensivas do adversário, que saiu para o intervalo sob um forte coro de assobios.
Portugal continua 100% vitorioso nesta fase de qualificação: 8 jogos, 8 vitórias
⚠ Portugal apresenta uma diferença de golos de + 30 (32 marcados, 2 sofridos) pic.twitter.com/OHmKTpr2dq
— Playmaker (@playmaker_PT) October 16, 2023
Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes, João Félix e João Cancelo - Gonçalo Inácio também esteve em evidência no passe - construíram um 0-5 implacável no fim de uns primeiros 45 minutos pincelados com toques de perfeição e com as arrancadas de Rafael Leão, um verdadeiro quebra-cabeças para a defesa bósnia. Tal vantagem folgada nunca se havia verificado, ao intervalo, num jogo de Portugal.
A história tornou-se fácil de narrar pela simplicidade de processos promovida pelos lusos. Cristiano, logo aos quatro minutos, de grande penalidade, abriu o livro - embora o lance deixe algumas dúvidas -, e bisou ao minuto 20, finalizando, com excelência, um passe milimétrico de Félix.
Praticamente todas investidas portuguesas davam sensação de golo e Bruno Fernandes, após belo passe de Inácio, fixou o 3-0 antes de Cancelo - que golaço - e Félix, uma das principais figuras, estabelecerem a mão cheia de golos. Uma primeira parte de luxo, acabando a Bósnia por ser relegada para uma situação de quase «não existência».
A narrativa não ficou muito rica por causa do segundo tempo. Expectável pelo avolumado resultado na primeira parte: Portugal aproveitou para gerir e a Bósnia para lavar, ligeiramente, a imagem deixada.
As alterações na Bósnia procuraram blindar e proteger a equipa de um descalabro total e a turma das Quinas limitou-se, mesmo entre substituições, a controlar a posse, gerindo os tempos e evitando que os bósnios se entusiasmassem com algum lance.
Antes do apito final, nota para a entrada de João Neves, jogador do Benfica, que, aos 19 anos, se estreou pela seleção AA.
A primeira parte foi um espetáculo de futebol simples da seleção lusa, tanto a nível defensivo, como ofensivo. Vários jogadores em evidência, dinâmicas bem vincadas e uma harmonia visível entre o núcleo.
É verdade que Portugal facilitou e muito o seu próprio jogo, mas o nível demonstrado pela Bósnia foi terrivelmente baixo.