Até ao fim. Boavista e FC Famalicão levam um ponto deste encontro e deixam tudo praticamente igual na tabela classificativa: quinto e sexto lugar com 14 e 12 pontos, respetivamente.
Salvador Agra, titular no lugar que pertenceu a Pedro Malheiro, deu a vantagem com um remate na reta final do encontro, mas uma desatenção na defesa boavisteira deixou Justin de Haas livre para fazer o empate. Que emoção!
Em estados de espírito diferentes e rodeados de um excelente ambiente (nota para a enchente dos apoiantes que viajaram desde Vila Nova de Famalicão), Boavista e FC Famalicão protagonizaram uma boa primeira parte. Aliás, pouco faltou a estes 45 minutos: tivemos emoção, uma grande penalidade assinalada, um golo, oportunidades de perigo e, acima de tudo, duas equipas a querer jogar bom futebol.
Os axadrezados, inclusive, começaram por dar os primeiros sinais, sempre com Tiago Morais como o principal agitador das águas. No entanto, quem chegou a bom porto foi o conjunto de Vila Nova e acentuou aspetos que Petit quis ver corrigido ao intervalo. Fragilidades defensivas e erros na primeira fase de construção, que deixavam o seu adversário cada vez mais confiante, sobretudo depois do primeiro golo, que nasceu de uma desatenção defensiva na área pintada de preto e branco.
Essa desinspiração não se notou no resto da sua equipa, pois ainda houve tempo para o Estádio do Bessa saltar de alegria na primeira parte. Ainda que a bola ao poste de Chiquinho tenha congelado a bancada, o cabeceamento certeiro de Miguel Reisinho (depois de uma oportunidade flagrante de Bozenik) deixou tudo na estaca zero. Um resultado adequado: o Boavista começou melhor, mas foi o FC Famalicão a inaugurar o marcador. Os axadrezados cresceram e tiveram a sua prenda na cabeça do camisola dez.
O segundo tempo começou morno. Muito morno. Ao contrário do que tinha acontecido anteriormente, as equipas estavam com mais dificuldades para ter critério nas suas ações. Faltava sempre o último passe e os guarda-redes estavam a ser meros espetadores. Olhamos para o cronómetro e já foram jogados 65 minutos. Isso não significou, no entanto, que tivessem existido oportunidades, muito pelo contrário.
E num deserto de ideias, quando nada indicava tal, surgiu a magia de Salvador Agra, desta vez utilizado a lateral direito, uma posição que não lhe é estranha, mas que tem pertencido a Pedro Malheiro, ainda lesionado e fora da ficha de jogo.
Aos 69 minutos, o extremo apareceu em terrenos familiares e desfez o empate com um remate cruzado. O camisola sete, nos festejos, deixou o banco de suplentes famalicense bastante irritado provocando dois cartões vermelhos por desacatos: Jhonder Cádiz e Chiquinho, o primeiro que deixou a sua equipa desfalcada.
Minutos depois, foi a vez de Tiago Morais ir tomar banho mais cedo e deixar o espetáculo mais pobre com apenas dez elementos de cada lado. Mas quando tudo indicava que a vitória era o resultado que o Boavista ia levar... apareceu Justin de Haas, livre de marcação dentro da área para o golpe final no resultado: 2-2.
Podíamos falar sobre a crença famalicense, mas optámos por destacar o ambiente que os adeptos das duas equipas proporcionaram. Cânticos, muito barulho (no bom sentido) e uma demonstração do momento que as duas equipas vivem no campeonato.
Provocações e vermelhos estragaram um espetáculo com quatro golos. Os ânimos à flor da pele e a importância do jogo deixaram os jogadores mais nervosos e ansiosos. Foi pena.
Gustavo Correia não teve uma partida fácil de controlar. Muitos duelos, amarelos e e três cartões vermelhos. Optou pelo critério largo quando não existia necessidade de o fazer.