Tudo o que as primeiras jornadas podiam fazer prever acabou por se confirmar na noite desta segunda-feira.
O Boavista, pujante e com os índices motivacionais em alta, recebeu um Chaves que segue com mais dúvidas do que certezas. O resultado? Um triunfo axadrezado por 4-1 que volta a 'colar' a equipa de Petit a Sporting e FC Porto no topo da tabela classificativa. Por seu lado, os flavienses mantêm-se como a única equipa ainda sem pontos conquistados na presente edição do campeonato.
A forma como os treinadores encararam este encontro diz muito sobre o momento que ambos os clubes vivem. As panteras promoveram apenas uma alteração em relação à última jornada (entrada de Bruno para o lugar de Filipe Ferreira), ao passo que José Gomes trocou seis (!) peças em relação à equipa que iniciou o jogo na derrota frente ao Moreirense.
Pois bem, a verdade é que ainda muitos adeptos procuravam o seu lugar no estádio quando as panteras abriram o marcador. Logo aos 39 segundos, Tiago Morais aproveitou da melhor forma um erro de Hugo Souza na primeira fase de construção e deu continuidade ao estado de graça que os boavisteiros vivem.
No entanto, a noite de sonho do Boavista e de pesadelo do Chaves estava apenas a começar. Pouco depois, Salvador Agra, lançado na profundidade por Bozenik, correu quase meio-campo com a bola controlada e, à saída do guarda-redes adversário, rematou colocado para o 2-0.
Seguiram-se depois dois tentos de Bozenik- o primeiro, um remate de moinho, promete ser um dos golos da jornada- e a goleada ficou construída à passagem do minuto 23. Tal cenário acabou por ter reflexos na bancada, já que os adeptos flavienses não pouparam o treinador e a equipa e exibiram mesmo lenços brancos ainda antes da meia hora de jogo.
A partir daqui, e de forma quase natural, a intensidade da partida caiu um pouco, sendo que o melhor do Chaves nos primeiros 45 minutos foi um remate de Rúben Ribeiro por cima da baliza de João Gonçalves.
Estamos longe de ser jogadores profissionais, mas acreditamos que deve ser tudo menos fácil regressar dos balneários para a segunda parte de um jogo com um 4-0 no placard. Por um lado, o Boavista sabia que, a menos que acontecesse uma hecatombe, os três pontos não lhe fugiriam. Por outro, o Chaves parecia entregue ao seu destino e completamente incapaz de reagir à desvantagem no marcador.
Assim, foi sem surpresa que a etapa complementar foi pouco fértil em ocasiões de golo e disputada quase sempre num ritmo algo lento. O melhor que os flavienses conseguiram foi reduzir para 4-1 com um remate de fora da área de Paulo Victor e testar a atenção de João Gonçalves perto do final, tendo o guardião respondido com duas defesas de qualidade.
Fechou-se assim mais uma jornada da Liga Portugal Betclic, com os adeptos do Boavista num ambiente de festa como há muito não se via no Bessa.
Os minutos que antecederam o apito inicial e o intervalo ficaram marcados por homenagens do Boavista a alguns dos seus adeptos. O emblema de diamante (75 anos de associado) de Manuel do Laço, falecido recentemente, foi entregue à sua esposa e ao seu filho.
Um dos poucos aspetos que mancha este início de época do Boavista é o relvado do Estádio do Bessa. As porções de relva a levantar foram uma constante ao longo da partida e até Petit entrou em campo para tentar acomodar um tufo de relva que se levantou à sua frente.
Nuno Almeida teve o mérito de deixar jogar e apitar apenas o essencial, isto num jogo em que foi bem auxiliado (dois dos golos do Boavista levantaram dúvidas, mas o auxiliar decidiu de forma correta).