De um lado, Vila do Conde. Do outro, Vila Nova de Famalicão. Em jeito de despedida, um duelo entre «homónimos» abriu a última jornada da Liga Portugal bwin. Cinco alterações do lado rioavista e apenas uma do lado famalicense. No entanto, nenhuma força prevaleceu, ao terminar por 2-2.
Não havia grande coisa pela qual lutar. Ambas as formações garantiram a manutenção. De um lado, Luís Freire quis que a sua equipa se divertisse em campo nestes últimos 90 minutos, mas, por outro lado, João Pedro Sousa esclareceu que lhe fica a amargura de não conseguir mais do que um possível sétimo lugar.
Viveu-se uma primeira parte em modo carrossel, para quem sente as cores do Famalicão. O jogo começou de forma muito morosa. Duas equipas encaixadas e a bola apenas a rodar no meio-campo. Parecia não sair muito disto... até aparecer o primeiro golo.
Foram precisos dez minutos e apenas uma ocasião de golo para ser concretizada. Alex Dobre encarnou o espírito de um verdadeiro avançado que serve golos e dá a servir. No primeiro, Rúben Lima agradeceu o prato. No segundo, no lance seguinte, Santi Colombatto retribuiu a dose - como pode ler no acompanhamento ao minuto realizado pelo zerozero.
O Rio Ave estava expectante entre tudo aquilo que poderia acontecer. Sem grande garra ou maestria, tudo saía ao lado. Não estava, de todo, a ser uma boa despedida para os vilacondenses.
Se os minhotos se sentiam no céu, rapidamente desceram ao inferno. Depois de dois golos e uma vantagem confortável, eis a expulsão de Zaydou Youssouf. Ivo foi obrigado a recuar no terreno e a ajudar Colombatto - o que obrigou a um Famalicão menos decisivo no último terço, com menos um elemento. As esperanças do Rio Ave estavam vivas.
A verdade é uma. Luís Freire pediu que a equipa se divertisse em campo, mas, na segunda parte, houve algo similar a uma entrada «de faca nos dentes». As substituições ajudaram - e muito.
O Rio Ave cresceu e deu viva ao jogo e às esperanças de uma remontada - que o diga Boateng, que ajudou a que a ambição não se esvaisse.
Estavam a dar tudo dentro de campo. Quer o que tinham, quer o que não tinham. O Famalicão - reduzido a dez elementos - já não tinha grande força para lá da inspiração de Iván Jaime e, mesmo ele, não tinha espaço nem condições para criar porque os famalicenses simplesmente pouco atacavam.
E a sina concretizou-se. A turma de Freire estava bem atenta ao jogo. Em dois minutos, quase apareceu a premeditada remontada. Leonardo Ruiz fez sonhar, ao lançar o empate, e, houve uma decisão revertida de uma grande penalidade.
Os ânimos acabaram por se exaltaram, mas o jogo seguiu com o Rio Ave na mesma toada. Não deu para mais. Despediram-se entre Vilas com um empate.
É de notar como cresceu o Rio Ave durante o encontro. Depois de se verem a perder por dois golos de desvantagem, deram o que tinham e não tinham para alcançar, pelo menos, um ponto. O jogo começou a estar mais ligado entre setores e criaram verdadeiro perigo à baliza de Zlobin.
A entrada em jogo foi morosa. Deu quase a entender que grande parte do duelo iria ser disputado assim. A bola apenas rodou no meio-campo e entre os setores defensivos de ambas as equipas. Quase prevaleceu o sono, até aos golos minhotos. Daí em diante, tivemos jogo.
Critério uniforme nas faltas assinaladas. No lance de Youssouf e Guga, decidiu bem - após a intervenção do VAR - ao mostrar cartão vermelho.