Tal como no outro jogo desta noite, esse que atraiu mais atenção do público português, em Munique não houve espaço para surpresas nem reviravoltas.
O Bayern quis (muito) reverter o défice de três golos que trouxe de Inglaterra, mas não acertou com a finalização e ainda se apanhou a perder na receção ao Manchester City, antes de conquistar um empate de significado muito reduzido. O gigante bávaro cai com um agregado pouco simpático: 4-1.
Para os cityzens, no entanto, é ocasião de festa. Que venham os barris da lager local, porque o emblema inglês está nas meias-finais da Liga dos Campeões pelo terceiro ano consecutivo e vai agora ter uma oportunidade dourada para se vingar do Real Madrid, que há um ano eliminou o City, de forma épica, nessa fase da competição.
Embora não fosse um objetivo fácil, o plano era, na sua essência, muito simples. O Bayern queria entrar forte, entusiasmar os seus adeptos numa casa onde tinham vencido 16 dos anteriores 18 jogos europeus, e depois deixar o adversário sobre pressão ao marcar cedo no jogo.
Esse cenário acabou por ficar nos desejos mais utópicos de Thomas Tuchel, já que a equipa da casa, embora dominante desde o apito inicial, não conseguiu transformar em golo as oportunidades que criou no decorrer da primeira parte.
Sané, Goretzka, Kimmich, Choupo-Moting, Coman... Ninguém conseguiu finalizar da melhor forma e, mesmo quando o remate era bom, Ederson aparecia a tempo de negar o golo.
Ao intervalo o Bayern seguia vivo, embora o ritmo cardíaco já não fosse um exemplo de saúde. O tempo era cada vez mais escasso e era necessária uma boa entrada na segunda parte, mas tal não aconteceu. Foi outra vez Upamecano que escorregou e deixou Haaland isolar-se e marcar o 12º golo nesta edição da Champions.
Mathys Tel também entrou e ainda marcou, mas o golo foi invalidado e teria de ser Kimmich, um dos melhores em campo nesta noite, a fazer o golo do empate (ou da honra) através de uma grande penalidade. O treinador do Bayern ainda recebeu ordem de expulsão, para abandonar a competição nos seus termos.
Sem remontadas, para a infelicidade dos românticos, o Manchester City assegurou a passagem à próxima fase, num jogo em que desempenhou um papel mais cauteloso do que o habitual. Segue-se o Real Madrid, num delicioso reencontro que separa os ingleses da final.
O Manchester City atuou com o mesmo onze esta noite e na primeira mão desta eliminatória, embora não tenha parecido ser esse o caso. A equipa de Guardiola mostrou a adaptabilidade necessária para ter sucesso nesta competição, ao afastar-se da sua filosofia habitual e apostar na qualidade defensiva e sem bola dos seus jogadores, sabendo que podia ferir em transição. Correu bem, até ao penálti.
Dayot Upamecano deu-se bem depois de trocar Leipzig por Munique, mas agora está mais longe do seu melhor nível. Já tinha tido uma exibição infeliz em Manchester e esta noite, mesmo com a sua equipa a subir o nível, voltou a errar. Ofereceu um golo, cometeu uma grande penalidade, e só não foi expulso antes de tudo isto porque o VAR não deixou.
Nada a assinalar na exibição do árbitro francês Clément Turpin