16 anos depois, o AC Milan está de volta às meias-finais da Liga dos Campeões! Beneficiando de um triunfo pela margem mínima em casa, os milaneses sofreram em casa do líder da Serie A. Uma arrancada sensacional de Rafael Leão esteve na origem do golo de Giroud que permitiu a qualificação da formação de Stefano Pioli, fazendo com que o empate, em cima do final da partida, fosse insuficiente para a sensação atual do futebol italiano. Partida de enorme sacrifício do AC Milan, que beneficiou, e muito, do espírito de entreajuda e da coesa organização defensiva, além de um seguríssimo Maignan entre os postes.
Era um dado adquirido que o Diego Armando Maradona iria ser um autêntico inferno para o campeão italiano nesta segunda mão. Um Napoli cheio de pujança, força vinda de um eterno D10s, determinado em continuar a escrever história e atingir a glória.
Napoli eliminado nos quartos de final da Champions: esta foi a melhor prestação de sempre da equipa na competição pic.twitter.com/2HFpY9FW3N
— Playmaker (@playmaker_PT) April 18, 2023
Os primeiros 20 minutos personificaram a vontade da turma de Luciano Spalletti em inverter o resultado de San Siro. Uma pressão sufocante atordoou o AC Milan que simplesmente não conseguia sair do seu meio-campo em jogo associativo. Passes falhados, precipitação, perigo junto da baliza de Maignan.
O sufoco durou largos minutos, mas os remates acabaram por ser inofensivos e as transições demasiado perigosas quando o adversário se organizou exemplarmente. Os milaneses posicionaram-se com mestria e povoaram a zona defensiva com quase todos os elementos, com os homens da frente a vestirem papéis de destaque na transição.
Assim que os espaços começaram a existir, o AC Milan soube aproveitá-los. Primeiro Giroud falhou um penálti, graças a uma entrada fora de tempo de Mário Rui sobre Leão, e, depois, levou Meret a uma defesa apertada. Mais tarde, já sem Politano e o lateral português por motivos físicos, o Napoli sofreu o 0-1: arrancada «à la Rafael Leão», a passar por vários oponentes, e assistência para finalização fácil do francês, que levou os seus adeptos à loucura.
Não há muito que se possa dizer sobre a segunda parte. Sentido único: não se pode dizer que haja menor risco de acidente neste caso, até porque o Napoli, mesmo numa posição privilegiada, não conseguiu encontrar o caminho do golo.
Valeu, essencialmente, pelo espírito de sacrifício da equipa do AC Milan, claramente capacitada para sofrer, recuar o bloco e tapar os espaços que impediram o brilho das individualidades napolitanas.
As meias-finais da Liga dos Campeões vão contar, uma vez mais, com as cores rossoneras. Já lá vão 16 anos, precisamente desde a última edição vencida pelo conjunto de San Siro.
Esta qualificação do AC Milan valeu pelo seu todo. Nota altíssima para Stefano Pioli pelo plano e para os jogadores pela forma como o executaram. Nesta segunda mão, todos, sem exceção, estiveram exímios nas transições defensivas, não deixando que o Napoli fizesse o que tão bem faz.
O domínio esteve do lado napolitano e não foi tão bem explorado. É puramente verdade que o AC Milan tem mérito na forma como suprimiu os principais focos de perigo em todas as zonas do campo, mas, com o talento existente, é sempre de esperar mais. Faltou mais eficácia, discernimento e assertividade em determinados momentos.
Szymon Marciniak com uma arbitragem algo infeliz. Algumas faltas merecedoras de cartão que não aconteceram e um penálti, que nos parece evidente, de Rafael Leão sobre Lozano aos 36 minutos, não assinalado... mesmo com auxílio do VAR.