Não está fechado, mas o Manchester City deu um grande passo nesta eliminatória. O duelo prometia, não desiludiu e os homens da casa mostraram um perfume superior ao rival: um 3-0 pesado, contudo, não surpreendente para quem acompanhou de forma atenta este espetáculo de grandes momentos.
O Bayern esteve perto do empate depois de começar bem o segundo tempo, só que sentiu muito o segundo golo e terminou a partida claramente rendido à superioridade adversária. Guardiola abordou de forma excelente a partida e nos momentos de transição os ingleses foram letais.
Sem o lesionado Choupo-Mouting, Tuchel deixou Muller no banco e o Bayern apresentou um ataque bastante móvel nesta partida. De forma natural, as equipas mostraram uma faceta mais expectante na fase inicial, sem grande risco no passe e nas movimentações. Contudo, o talento em campo era demasiado para as oportunidades não começarem a surgir, com Haaland e Musiala - corte decisivo de Rúben Dias - a criarem os primeiros sustos às defesas adversárias.
Num duelo entre forças tão equilibradas, a inspiração individual é sempre bem-vinda e um excelente abre-latas. Rodri, por norma um jogador de equilíbrios, encheu-se de fé para um golaço de pé esquerdo. Sommer nada podia fazer e o jogo tinha neste momento o picante que faltava para aquecer ainda mais.
O Bayern revelou problemas para atacar com qualidade, perante um City matreiro e com menos posse de bola que o habitual. Na transição - este sistema solicita bastante Grealish e Bernardo Silva -, os homens da casa voltaram e estar perto do golo por Gundogan, num lance confuso e de ressaltos na área do bávara.
Para o segundo tempo, os alemães vieram mais agressivos em busca do golo, com Leroy Sané a travar vários duelos contra Ederson. O Manchester City sentiu este crescimento, reorganizou tropas e passou novamente a controlar os acontecimentos, em momentos de elevada qualidade e a revelaram um coletivo afinadíssimo.
Num deslize de Upamecano em saída de bola, acabou por surgir o 2-0. Em resposta a aqueles que o apenas apontam como um finalizador - o que não é coisa pouca - Haaland serviu com muita qualidade Bernardo Silva, que cabeceou para o golo. Um tento para coroar uma bela exibição do pequeno mágico luso.
Sem resposta, a noite ganhou contornos ainda mais duros para o Bayern. Na ressaca de um canto, Stones serviu Haaland após bola longa, com o norueguês a fazer o que mais gosta e a selar a goleada. Os números até podiam ter sido outros, estando sempre a equipa de Pep Guardiola mais perto de faturar até ao último apito.
Inspiração individual, grande exibição coletiva e estratégia perfeita de Guardiola para o encontro. Pouco mais podia pedir o Manchester City deste encontro. Foco total em chegar a um inédito título europeu.
Num jogo contra um adversário poderoso, o Bayern apenas conseguiu esboçar uma pequena reação no início da segunda parte, em desvantagem. A equipa de Thomas Tuchel não teve capacidade para equilibrar forças e sai de Manchester com pé e meio fora da Liga dos Campeões.
Critério consistente de Gil Manzano e a sua equipa num jogo sem grandes casos.