Não há milhões que comprem o sucesso. A premissa já é antiga e foi de novo comprovada pela inoperância do Paris SG. A milionária turma francesa ainda deu mostras de querer reverter a adversidade, mas acabou por cair no engodo de quem navega na competição dos milhões como (quase) ninguém, perdendo por 2-0 frente ao Bayern Munique, na deslocação ao Allianz Arena.
A precisar de anular a desvantagem trazida do Parque dos Príncipes, cedo Mbappé deu mostras de poder ser o grande obreiro da virada parisiense. Sommer anulou-lhe o primeiro sinal de perigo com uma defesa segura, nuns instantes iniciais em que o Paris SG se mostrou inquieto na tentativa de incomodar a serena equipa bávara.
Sábio a lidar com a situação, o Bayern Munique geriu na expetativa o assédio contrário, não precisando de muitas investidas para colocar a defensiva liderada por Marquinhos e companhia inquieta. Goretzka deixou Donnarumma em ligeiro alvoroço, numa primeira instância, mas o Paris SG não se atemorizou.
Mbappé continuou incessante na tentativa de espalhar brasas no perímetro defensivo alemão, pertencendo a Messi - muito apagado - a primeira grande situação dos milionários franceses. O astro argentino tentou com todas as forças empurrar a bola para o fundo da baliza, sobressaindo Sommer que nem um felino a negar-lhe a tentativa.
Até ao descanso, Musiala, tirou toda a gente do caminho e deixou as luvas de Donnarumma a arder, enquanto que Vitinha não conferiu a força devida ao seu remate para adiantar os parisienses. Um corte milagroso de De Ligt sobre a linha de golo acabou por ser o maior inimigo do médio luso, na hora de fazer render a asneira monumental de Yan Sommer.
No reatar da ação, o Paris SG não regressou da forma mais dinâmica e o Bayern Munique começou a dar mostras que a etapa seria sua. Choupo-Moting ainda viu o seu cabeceamento certeiro ser-lhe anulado por posição irregular de Thomas Muller, num lance que despertou em definitivo os comandados de Julian Nagelsmann.
GNABRY 💪 Todos para a mesa que o chef já serviu o jantar 🥣
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— ELEVEN Portugal (@ElevenSports_PT) March 8, 2023
Pouco depois, Choupo-Moting fez mesmo mexer o placard da Alianz Arena. Devidamente servido por Goretzka, o internacional camaronês capitalizou da melhor forma a recuperação alta de Muller sobre Verrati. Os parisienses ainda contestaram a legalidade do lance, algo que o juíz da partida não atendeu.
A acusar algum desnorte, o Paris SG ainda viu Sérgio Ramos ficar perto da igualdade por duas vezes da mesma forma: se à primeira o seu cabeceamento fenomenalmente defendido pelo guardião bávaro, à segunda a bola apenas rasou o poste.
Até ao fim, as aproximações sucederam-se, Galtier procurou outro desfecho com as entradas de Zaire-Emery, Ekitiké ou Bernat, mas pertenceu a um recém-entrado do outro lado da barricada a encerrar a questão: Gnabry dinamitou na velocidade uma desposicionada defensiva francesa e fechou a contagem na cara de Donnarumma.
As oportunidades perto da baliza de Sommer ainda foram algumas, sobretudo na primeira parte. Contudo, por ação do guardião suíço, ou pela concentração demonstrada nas ações defensivas por elementos como De Ligt, Upamecano ou Alphonso Davies, o perigo passou a ser estancado de uma forma impressionantemente serena, com a segunda parte a ser a maior prova disso.
As estrelas do conjunto parisiense não jogam por si só e a falta de ideias na segunda parte foi a grande nota de destaque da constelação orientada por Galtier. Quando mais precisavam que a sua superior qualidade sobressaísse, o Paris SG voltou a não demonstrar estofo e personalidade necessária para aspirar a conquista da Liga dos Campeões. Duas oportunidades de bola parada representam muito pouco para quem quer estar no topo da Europa...