Soube ganhar, não tremeu quando teve de sofrer e leva para a segunda-mão um resultado muito confortável. O Benfica ganhou na Bélgica com muita competência. 0-2 ao Club Brugge numa exibição de reabilitação.
Respeito, muito respeito. Doses acima da média de muita desconfiança e isso não foi bom sinal para o Benfica, nos primeiros minutos. A equipa de Roger Schmidt entrou muito receosa das suas capacidades, perante um Brugge com postura diferente.
Apesar das águias terem entrado perigosas (Gonçalo Ramos ainda deve estar a pensar como desperdiçou a oferta de Otamendi), o Club Brugge mostrou ter a lição bem estudada: explorar as subidas de Bah e as fragilidades do dinamarquês a fechar as costas.
Otamendi nunca fugiu ao seu papel de líder em campo. Sempre a ordenar os colegas e a manter a ordem atrás, mostrou à equipa o caminho para a baliza de Mignolet na dobragem dos 20 minutos. A conclusão de Rafa não foi a melhor, mas o lance serviu de agulha no gira-discos do encontro.
O Benfica subiu as linhas, pressionou mais e com organização. Bah passou a ficar mais atrás e as ordens foram para Grimaldo subir. Com Chiquinho a fazer de pêndulo entre a defesa e o ataque, as águias acertaram a posse de bola e o perigo foi constante para a baliza de Mignolet.
Aursnes, Grimaldo, António Silva e por fim Rafa com uma bola ao poste. Os últimos minutos do Benfica na primeira parte foram dignos do futebol que os encarnados têm disputado esta temporada. Mas, a dois minutos do intervalo o Brugge marcou. Valeu aos encarnados a eficácia na linha de fora-de-jogo. Tudo em branco.
Golo. Foi inevitável, o Benfica entrou no segundo tempo a mandar e a marcar. Ramos, que até esteve perdulário, sofreu grande penalidade e João Mário voltou a marcar na Liga dos Campeões. Com alguns minutos de atraso, as águias conseguiram meter-se na frente do marcador.
A equipa de Roger Schmidt ficou ainda mais solta e o Club Brugge sentiu. Os belgas tiveram dificuldade, mais ainda depois de entrar David Neres. O brasileiro agitou a zona intermédia dos belgas e o Benfica não conseguiu aumentar o resultado mais cedo por culpa própria.
O Club Brugge acreditou que o empate era possível, até porque as mexidas de Scott Parker tiveram efeito na equipa. No entanto as águias conseguiram controlar o perigo e quando Schmidt lançou Gonçalo Guedes o Benfica soube atacar melhor a profundidade.
O Club Brugge teve graves falhas na organização defensiva e a nota de maior relevo foi a forma como Neres aproveitou o erro para fazer o segundo golo, já nos instantes finais. O Benfica ganhou, com justiça, e tem uma excelente vantagem para o jogo na Luz.
Fabuloso ambiente vivido no estádio Jan Breydel. Casa cheia, adeptos do Club Brugge fugazes no apoio e os adeptos do Benfica a darem show nas bancadas. Os belgas estão pela primeira vez nos oitavos-de-final da Champions e ninguém quis perder a oportunidade do momento. 30 mil nas bancadas.
É mesmo o ponto mais fraco dos belgas: sem intensidade, lentos, fracos nos duelos e com pouca capacidade para se envolverem no momento ofensivo. Agradeceu o Benfica.