O FC Porto está de volta à final four da Taça da Liga, troféu que teima em faltar ao museu do Dragão. Os portistas receberam e venceram o Gil Vicente por 2-0 numa partida que controlaram, mas onde não se livraram de dois sustos fruto da postura ousada do adversário. Na segunda parte, a expulsão de Danilo Veiga deu a tranquilidade necessária para um triunfo que acabou por ser facilitado e curto para as oportunidades que se seguiram.
A inclusão dos «mundialistas» - Otávio e Taremi - no onze inicial mostrou, precisamente, o respeito e a desconfiança de Sérgio Conceição em torno deste Gil Vicente de Daniel Sousa, também ele numa fase ascendente devido a um triunfo inquestionável em Portimão (0-3).
10.º ⚽golo de Galeno esta época, o 2.º na Taça da Liga - já tinha marcado no último jogo, frente ao Vizela
⚠2.º jogo consecutivo em que o FC Porto marca nos primeiros minutos: Toni Martinez (1 min - Vizela); Galeno (3 min - Gil Vicente) pic.twitter.com/Boj0s4ITEC
— Playmaker (@playmaker_PT) December 21, 2022
Os gilistas, paulatinamente a reerguerem-se de uma fase mais delicada, entraram atrevidos e o desenho do novo treinador foi claro: ousadia na pressão alta, na linha defensiva subida e nas associações meio-campo-ataque. O problema, no entanto, revelou-se o habitual no Estádio do Dragão. O forte e asfixiante pressing portista deu frutos quase no imediato, com um belíssimo passe de Otávio a encontrar uma finalização certeira de Galeno somente validada pelo VAR.
A turma azul e branca assenhorou-se do jogo e criou várias oportunidades, destacando-se a bela defesa de Kritciuk a remate colocado de Otávio. O adversário, embora combalido, nunca se desmembrou totalmente, apesar das falhas na ligação que foram aborrecendo o novo timoneiro.
O FC Porto pausou o jogo e, durante um largo período, a intensidade ficou escondida, menos quando, em dois belos lances coletivos, o Gil Vicente obrigou Cláudio Ramos a duas defesas apertadas e decisivas para a manutenção da vantagem ao intervalo.
Os homens da Invicta voltaram a entrar por cima e a dar trabalho redobrado a Kritciuk. O guarda-redes russo rapidamente se assumiu como uma das principais figuras da partida pela mão cheia de defesas apertadas a que esteve sujeito.
Assim, e apoiados em mais uma exibição notável de Otávio, os dragões controlaram de forma tranquila até ao fim, com o internacional português a assistir Taremi para um 2-0 que só não se alterou quase por milagre.
A expulsão de Danilo Veiga: o Gil Vicente mostrava dificuldades em mostrar argumentos para contrariar o resultado e o segundo cartão amarelo mostrado ao lateral deitou praticamente tudo por água abaixo. Estranho como Daniel Sousa não retirou o jogador de campo na tripla substituição que antecedeu esse momento.
Foi, no cômputo geral, uma exibição segura dos portistas, mas Otávio e Galeno estiveram um patamar acima dos restantes. O internacional português continua num momento de forma esplêndido mesmo pós-Mundial e o brasileiro vai sendo das principais armas da equipa.
Jogar contra o campeão em título é sempre uma tarefa árdua e Gil Vicente mostrou atrevimento em muitas partes do jogo, tanto que até poderia ter mudado a história da primeira parte - valeu Cláudio Ramos com duas ótimas intervenções. No entanto, o regresso dos balneários trouxe um galo diferente: mais cansado e apático defensivamente. A expulsão também não ajudou em nada...