Longe de ser perfeito, mas eficaz. No jogo de despedida do Catar do seu Mundial, os Países Baixos não precisaram sequer de mudar da primeira mudança para vencer (2-0) e carimbar assim o primeiro lugar e o apuramento para os oitavos de final do Campeonato do Mundo.
Para a história fica uma exibição muito cinzenta de parte a parte, com a turma europeia a jogar apenas em serviços (muito) mínimos e o Catar a voltar a desiludir em casa. Não aproveitaram, claramente, uma oportunidade de ouro e dizem um adeus com dentes bem... laranjas.
Sabendo que dependia de si e só de si para garantir o apuramento e o primeiro lugar do Grupo A, os Países Baixos foram fiéis à sua essência futebolística e pegaram pelos 'colarinhos' do jogo, controlando a partida com bola e com uma circulação paciente e sempre intencional.
Apesar das poucas oportunidades e pouca intensidade, a equipa de Van Gaal procurou sempre explorar a zona central para ferir o Catar e o tento neerlandês chegou mesmo por essa zona, com Gakpo a concretizar o seu terceiro golo em três jogos neste Mundial. Não foi, portanto, preciso muito para bater este frágil Catar.
Esperava-se bem mais dos cataris na segunda parte, mas desde logo os Países Baixos acabaram com qualquer aspiração a mais alguma coisa. Frenkie de Jong resolveu as contas nos primeiros minutos da segunda parte, marcando na recarga ao remate que Memphis viu Barsham defender, e a partir daí... quase nada.
O 2-0 fez com que a Laranja Mecânica baixasse ainda mais o nível de chama e intensidade no jogo, desligando-se de uma partida que estava mais que controlada tendo em conta a descrença e incapacidade do Catar.
A equipa de Félix Sánchez mostrou-se sempre muito inibida em todo o jogo, sem qualquer rasgo criativo e com um ritmo demasiado baixo para quem tinha obrigação de fazer bem mais. Por tudo o que se esperava e por tudo o que ficou por fazer e mostrar. Uma presa definitivamente demasiado fácil...
Deram o benefício da dúvida a um Catar que tinha obrigação de fazer mais na despedida e tiveram sempre de pé atrás. Nenhuma das cautelas dos Países Baixos foi precisa, com Van Gaal a ver os seus jogadores a controlarem o jogo de forma inteligente: com bola e sem grandes correrias, pensando já no mata-mata.
Fartámo-nos de bater nesta tecla nos últimos jogos do Catar, com algumas melhorias no último. Mas esta terça-feira voltou a ser muito mau, mau demais para o atual campeão asiático e para uma seleção anfitriã que, claramente, perdeu uma bela oportunidade de mostrar o seu talento no futebol.