Foi um jogo emotivo, com quatro golos e que aqueceu perto do fim. O Boavista esteve perto de dar a volta à fase mais difícil na temporada, mas desperdiçou uma de duas grandes penalidades que poderiam dar um triunfo que, por sua vez, permitiria a igualdade pontual com o Sporting (19 pontos). O Vizela colocou-se em vantagem durante largos minutos - mesmo entrando a perder - e não evitou a maior avalanche axadrezada na reta final, dando a sensação que, com uma gestão superior, conseguiria sair com uma vitória. Resultado que, ainda assim, se aceita face ao que aconteceu em campo durante os 90 minutos.
Uma primeira parte que termina com três golos, sobretudo na I Liga, é sempre de salientar. Mas, tirando esses momentos, as duas equipas não conseguiram criar grandes oportunidades, tanto que essas acabaram no fundo das redes de ambas as balizas.
Foi a entrada perfeita para um Boavista decidido a esquecer a má sequência de resultados e a dar um boost importante no capítulo psicológico que se revelou insuficiente. Isto porque a resposta do Vizela, bem conhecido pela sua alma guerreira, ter surgido dois minutos depois, pelo estreante absoluto Matheus Pereira, uma das novidades de Álvaro Pacheco no onze.
Touché dos dois misters. O visitante saiu a sorrir, pois Zohi fez o 1-2, ao aproveitar uma recarga, e levou a formação minhota à vantagem nos primeiros 45 minutos. Poderia ter calhado para qualquer um dos lados, até porque, em termos de lances evidentes, pouco ou nada houve com o passar dos minutos. Nota, apenas, para a lesão de Martim Tavares, que saiu queixoso e de maca.
Petit alterou duas peças e tirou dois elementos apagadíssimos - Makouta e Gorré -, mas nem por isso o Boavista conseguiu colocar a máquina a funcionar corretamente. Foi o Vizela quem teve mais iniciativa e ritmo.
As oportunidades voltaram a não surgir com frequência, excetuando cruzamentos perigosos, e, quando aconteciam, a finalização era quase sempre desastrosa. Entre passes falhados de ambas as partes e algum jogo mais físico, o clima aqueceu já na reta final.
Em dois lances, Yusupha, lançado ainda no primeiro tempo, sofreu duas grandes penalidades e, com frieza, finalizou uma delas, já que a segunda, batida para o mesmo lado, foi defendida por Buntic - o croata havia estado perto de defender a primeira.
Galvanizado e em superioridade numérica devido à expulsão de Guzzo, o Boavista carregou em busca do 3-2, com Buntic a efetuar uma enorme defesa a remate de Bozenik perto dos 90 minutos. Do lado oposto, Bracali também impediu uma investida de Sarmiento e o resultado não mais se alterou.
É um empate que se aceita e os quatro golos são sempre dignos de registo. Essencialmente este último aspeto porque a partida nem sempre foi bem jogada.
É melhor um ponto do que nenhum, mas a verdade é que ambas as equipas precisam de um impulso pontual. Mais o Boavista, que somou o quinto jogo sem vencer (em todas as competições).
Arbitragem positiva de Tiago Martins. No entanto, algumas dúvidas em relação ao segundo penálti sofrido por Yusupha.