O futebol tem destas coisas, em Barcelos assistiu-se a mais um destes episódios. Depois de uma primeira parte equilibrada e uma segunda em que foi o Gil quem mais tentou chegar ao golo... foi o Estoril Praia que saiu de Barcelos com os três pontos, fruto do golo de Léa-Siliki nos descontos.
O 0-1 final caiu que nem um balde de água absolutamente gelada para o Gil Vicente, que continua na sua série negativa, algo que o Estoril não se pode queixar: aumentou para quatro o número de jogos seguidos sem perder e estes três pontos foram arrancados a ferros...
Duas equipas, duas perspetivas e momentos diferentes. Tendo vencido apenas um dos últimos cinco jogos, Ivo Vieira desfez a linha de cinco defesas apresentada em Alvalade e voltou ao habitual 4x3x3 gilista, enquanto Veríssimo apostou no mesmo onze que empatou em Chaves e que tem sido a base da equipa. Contas feitas... um encaixe perfeito.
Com um meio-campo muito bem posicionado, o Estoril Praia conseguiu equilibrar sempre muito bem a iniciativa gilista e ainda melhor quando conseguiu ter a bola que queria - acabou a primeira metade com maior percentagem neste parâmetro. Uma perspetiva que permitia à turma canarinha mostrar-se sempre com mais personalidade no seu estilo de jogo, sabendo muito bem o que queria fazer em todos os momentos.
Percebendo que os estorilistas acabaram por cima na primeira parte, Ivo Vieira não perdeu tempo a mexer na equipa. Abdicou de Boselli para apostar em Kevin e essa mudança deu frutos, com o extremo espanhol a dar outro tipo de soluções aos minhotos.
O Gil tornou-se, com a mexida, mais rematador e muito mais objetivo em termos de jogo, dominando por completo as operações da segunda parte e surpreendendo o Estoril, que poucas vezes conseguiu contrariar o poderio ofensivo da equipa da casa.
Com o relógio a aproximar-se dos 90', o Gil ia acumulando mais e mais ocasiões para desfazer o nulo, quer com aproximações à baliza muito bem construídas, ou até remates de longe que colocaram sempre em sentido Dani Figueira.
Continuava, ainda assim, a faltar o golo... por alguma falta de capacidade de chegar a zonas de finalização - o sempre inconformado Fran Navarro que o diga. Nem por isso os mais de quatro mil adeptos gilistas deixaram de apoiar a sua equipa, mas com tantas peripécias reservadas para o fim de jogo... acabou por sorrir o Estoril, completamente contra a corrente do jogo!
O Estoril Praia aguentou como podia durante toda a segunda parte e apesar de ter poucas ou nenhumas oportunidades acabou por chegar a uns três pontos que até tinham caído melhor para o Gil. Valeu o acreditar que era possível até ao fim e o aproveitar do que faltou no outro lado.
Têm um ponta de lança que é reconhecidamente alvo para outros voos, mas o problema do Gil é mesmo chegar lá com a bola. Fran Navarro bem se mexeu, tentou tudo e mais alguma coisa para receber a bola em boa posição, mas faltou sempre aquele passe que pede para ser golo...
A primeira parte foi mais atribulada que a primeira, com várias quezílias entre jogadores que resultaram em cartões e reprimendas. Ainda assim, e apesar dos muitos protestos de parte a parte, Hélder Carvalho conseguiu controlar a partida como quis e teve uma prestação positiva.