Foi o cenário esperado. A passagem do Vitória SC pela Hungria garantiu a presença na próxima pré-eliminatória da Conference League sem grandes esforços, depois de um empate a zero com o Puskás Akadémia.
Apesar da vontade, a equipa da casa nunca mostrou argumentos suficientes para dar a volta ao resultado e os vitorianos aproveitaram para arriscar pouco e ter uma partida controlada. O Hajduk Split da Croácia é o adversário que se segue.
A vantagem trazida da primeira mão era confortável e também por isso era previsível que o jogo ofensivo do Vitória SC não fosse tão fluído como na última quinta-feira e o facto de a primeira grande oportunidade ter surgido apenas aos 43 minutos é exemplo perfeito disso. Não que a estratégia passasse por defender, mas a ideia de que as razões para arriscar eram quase nulas fizeram com que a iniciativa de jogo fosse maioritariamente dos húngaros por vontade vimaranense.
Sem alterar muito em relação à primeira mão, Moreno apenas mudou por necessidade. André Almeida não viajou e foi substituído pelo jovem Dani Silva, que cumpriu a estreia a titular, e André Amaro entrou para o lugar de Jorge Fernandes, um cenário visto ao intervalo em Guimarães.
Do lado oposto, a vontade de virar o resultado estava lá, mas o que havia em crença, faltava no capítulo técnico, onde as dificuldades eram por demais evidentes. Quase sem fazer por isso, o Vitória SC começou a soltar a pressão inicial e teve espaço para jogar sem perigo. Os húngaros apostavam pela esquerda do ataque e ainda apanharam as costas de Maga em várias ocasiões, mas sem tirar resultados práticos disso.
Depois de duas mudanças forçadas na primeira parte, o recomeço da partida trouxe um Puskás Akadémia mais atrevido e a criar perigo. Um pouco à imagem do que aconteceu na primeira mão. Foi nessa altura que a grande oportunidade para reduzir. Favorov falhou à boca da baliza e ficou no ar a sensação de que a esperança morreu nesse pontapé, que poderia ter dado algum alento.
O ritmo continuou lento, com pouca baliza de parte a parte. Os três da frente, que tantas dores de cabeça deram em Guimarães, acabaram por não ter a mesma urgência e o ataque foi o prejudicado.
Ainda assim, o passar dos minutos fez desacreditar ainda mais os húngaros e o apito final confirmou o esperado.
Depois da primeira mão que praticamente resolveu o desfecho da eliminatória, a visita à Hungria poderia dar problemas. A competência defensiva não deixou que isso acontecesse e o Vitória SC seguiu para a próxima fase com todo o mérito.
O objetivo de seguir em frente é o mais importante, ninguém tem dúvidas disso, mas por querer segurar a vantagem, o Vitória SC abdicou muitas vezes de atacar em maior número e foi a o espetáculo que foi prejudicado.
Arbitragem pouco segura do dinamarquês Jakob Sundberg, que deixou várias faltas por assinalar para os vitorianos.