Foi diferente, já prevíamos que assim fosse. O título de campeão nacional, conquistado há uma semana na Luz, tirou qualquer pressão à equipa se Sérgio Conceição. A semana não foi normal, naturalmente, e por muito que os jogadores quisessem manter a bitola de futebol asfixiante, a cabeça demorou a meter o chip alinhado.
O FC Porto entrou com uma toada muito baixa e, apesar de estar mais instalado no meio campo do Estoril Praia, teve muitas dificuldades em quebrar a estratégia dos camarinhas. A equipa de Bruno Pinheiro ficou confortável e soube aproveitar para mostrar a estratégia que tinha trazido para o Dragão.
Sérgio Conceição elogiou, na conferência de imprensa, a postura de todo o plantel. Disse que só uma verdadeira equipa tem a capacidade de comportar-se e melhorar as coisas a partir do banco. O melhor exemplo, para essa resposta, apareceu no início da segunda parte.
O FC Porto terminou o campeonato com um registo histórico de pontos, 91, e conseguiu depois de vencer o Estoril Praia no último jogo da Liga. A equipa de Conceição não fez uma exibição de encher o olho, mas ainda assim foi suficiente para ser melhor e vencer com justiça.
Em poucos minutos, os dragões colecionaram oportunidades de golo, criadas pela forma rápida, curta e desconcertante dos homens da frente. Taremi, Francisco Conceição e Fábio Vieira foram os mais ativos e também os mais perigosos.
Houve tempo para estreias e Fernando Andrade teve o toque de Midas no jogo. O brasileiro entrou e marcou. Fechou o jogo e soltou o Estádio do Dragão para a festa.
O avançado brasileiro personifica o espírito de equipa do FC Porto. Jogou cinco minutos, marcou na primeira oportunidade e foi campeão. Na teoria, para o grupo, ele, como os que só jogaram este sábado já eram campeões, mas ali ficou lavrado a qualidade e o trabalho feito para ter uma oportunidade.
É difícil jogar no Dragão, mas o Estoril Praia foi muito tímido na hora de tentar enganar a equipa do FC Porto. Não teve intensidade na recuperação de bola e foi muito previsível no ataque.