A campanha do SC Braga na Liga Europa 2021/22 chegou ao fim. Num ambiente hostil, com um contexto delicado e com uma equipa da casa embalada por lotado Ibrox Stadium, os arsenalistas acabaram por sofrer imenso com a entrada forte do Rangers, que marcou a abrir e que dominou o encontro em todas as vertentes. Mesmo reduzido a dez elementos durante a segunda parte toda, o conjunto minhoto ganhou alento graças a um golo de David Carmo - no único remate à baliza efetuado - perto do apito final que forçou o prolongamento. Aí, os escoceses marcaram na primeira parte e garantiram um triunfo que por momentos chegou a ser traiçoeiro... Por culpa própria.
Os minutos iniciais eram cruciais. Carvalhal e o Braga sabiam-no. O Ibrox Stadium estava a preparar-se para a erupção. Na verdade, não demorou muito tempo a fazê-lo. Dois minutos, cruzamento da esquerda, toque de Aribo, Tavernier solto de marcação e... Golo.
Os primeiros 10 minutos foram de grande sofrimento para o Braga. Dificuldades para assentar a posse e para contrariar a intensidade imprimida pelo Rangers em todo o campo. Assim que os escoceses baixaram o ritmo, o Braga também estancou as investidas durante alguns instantes, mas pouco mais.
A posse foi insuficiente para subir linhas e levar a equipa para a frente. Retirando um remate com pouca direção de Ricardo Horta aos 22 minutos, os portugueses pouco ou nada conseguiram fazer para contrariar o domínio de um adversário que a cada ataque provocava calafrios gigantes a Matheus.
O poste negou 2-0 a Roofe e o inglês, antes do intervalo, sofreu uma grande penalidade por falta de Tormena, posteriormente expulso do encontro. Tavernier, claro está, tratou de estabelecer uma vantagem confortável para os comandados de Van Bronckhorst.
Eram precisos dez heróis. Dez destemidos gverreiros que aguentassem a pressão, o sufoco e o massacre. O Rangers entrou com tudo e tentou de tudo para ampliar a vantagem e selar o apuramento.
A velha máxima da eficácia premeia uns e castiga outros, levando a que o Braga fosse abençoado com uma cabeçada certeira de David Carmo, aos 83 minutos, na sequência de um pontapé de canto. Êxtase total da animada massa adepta bracarense presente em Glasgow e prolongamento assegurado.
Era esperada nova avalanche e só uma nova missão hercúlea faria com que os homens de Carvalhal sobrevivessem ao prolongamento. A muralha cedeu ainda na primeira parte. Roofe, o azarado da noite, afastou o mau olhado e fixou um 3-1 que virou praticamente impossível de contrariar com a expulsão de Iuri Medeiros em cima do curto descanso.
A segunda parte do tempo extra serviu, por isso, para uma gestão pouco convincente - e para outros milagres na baliza de Matheus - dos escoceses que voltaram a ser anfitriões indesejados para armadas portuguesas.
Se as pernas não permitiam, o coração alimentou a esperança. O golo de David Carmo trouxe alento à exibição do Braga, inteiramente inferior ao rival desta noite, que, mesmo com 10 elementos, conseguiu forçar o prolongamento.
Motivo de grande preocupação para Giovanni Van Bronckhorst. De forma inacreditável, o Rangers desperdiçou lances de golo onde o mais difícil era... Desperdiçá-los. Morelos é baixa de peso, mas há que melhorar este capítulo porque as situações foram imensas.