O sonho legítimo de marcar presença na final da presente edição da Taça de Portugal marca o dia-a-dia de Tondela e Mafra, duas equipas separadas por um escalão, mas com a mesma ambição. Para já, esse sonho de escrever mais um pedacinho de história apresenta-se mais favorável aos beirões, que deram um passo em frente, esta quinta-feira, ao baterem o conjunto do Oeste (3x0), no encontro da primeira mão das meias. Mas, enquanto houver vida, haverá esperança.
Que bonita é a festa da Taça. Muito antes de Vítor Ferreira dar o apito inicial no estádio João Cardoso, a festa começou cedo na Beira Alta, com uma tarde marcada pela saudável confraternização de adeptos das duas formações que durante 90 minutos, e mais alguns pozinhos, iriam batalhar por uma posição confortável na eliminatória. De Mafra chegaram cerca de 700 e juntaram-se mais dois mil tondelenses.
Ainda que o momento não fosse propriamente positivo, em virtude das quatro derrotas consecutivas no Campeonato, prova a que o Tondela dá máxima primazia, os auriverdes apresentaram-se bastante confiantes. Bola cá, bola lá, tabela aqui, tabela ali, a equipa da casa começou cedo a criar muitas oportunidades e só não chegou à vantagem antes dos primeiros 10 minutos por culpa de Renan - o guarda-redes do Mafra protagonizou duas excelentes defesas a remates de Tiago Dantas (6') e Rafael Barbosa (9').
A reação dos visitantes foi dada a espaços e muito por culpa de alguns erros individuais do adversário. Eduardo Quaresma e Babacar facilitaram em alguns momentos e deram espaço para o Mafra ir contra a história da partida.
As virtudes do Mafra estavam a ser bem anuladas, as oportunidades estavam a aparecer, faltava apenas a confirmação, que viria chegar por volta do minuto 38, altura em que Tiago Dantas aproveitou para encostar a bola para o fundo da baliza mafrense, depois de um pequeno desvio infeliz de Gui Ferreira ao cruzamento de Bebeto.
A dois minutos dos 90 o Mafra ainda festejou o golo, que daria um alento muito maior para o encontro da 2.ª mão, previsto para daqui a sete semanas, mas Okitokandjo cometeu falta no momento que antecedeu o cabeceamento para o fundo da baliza à guarda de Babacar.
Contas feitas, a eliminatória ainda não está fechada, porque no futebol nada pode ser dado como garantido, mas só uma «catástrofe» pode tirar a final ao Tondela.
Pese alguns erros individuais, que podiam ter um fim negativo para o Tondela, do ponto de vista geral a equipa de Pako apresentou-se bastante organizada e conseguiu anular as principais virtudes do adversário.
O Tondela entrou bem e criou as primeiras oportunidades, mas quase estragava tudo com dois erros perfeitamente evitáveis, de Eduardo Quaresma e Babacar. Um nervosismo injustificável dada a boa entrada dos beirões.