Tínhamos chamado a esta aventura portista na Liga Europa a Missão Sevilha 2.0, porque, depois de 2003, os dragões têm a hipótese de voltar à cidade da Andaluzia para disputarem a final da segunda prova da UEFA. Ainda está muito longe, mas nada melhor do que ter um espanhol a guiar a equipa. Toni Martínez foi o herói do jogo, com dois golos, e resolveu um problema que se estava a criar frente a uma Lazio que, mesmo sem a sua figura (Immobile), deu um trabalhão à equipa de Sérgio Conceição.
Não foi novidade a opção pela pressão alta por parte dos dragões. A uma Lazio que quis sempre sair curto, respondeu um FC Porto sempre pressionante e a tentar condicionar. Até teve algumas falhas para aproveitar, nomeadamente vindas dos pés de Milinkovic-Savic, que falhou alguns passes, mas a regra era a equipa italiana conseguir sair bem da teia montada pelos portistas.
Mais surpreendente foi Toni Martínez, num grande movimento, a cabecear para o empate. Surpreendente porque nem se esperava que fosse titular (Conceição poupou Vitinha, Taremi e Evanilson e a equipa ressentiu-se, como era previsível) e também porque o espanhol não estava a ser capaz - como poderia ser? - de corresponder à forma como a equipa o solicitava, com bolas longas à espera da ação do espanhol entre os defesas laziale. Não dava, claro que não.
A tal estratégia das bolas longas para sacudir a pressão da Lazio, como tínhamos dito, não estava a surtir efeito, ora porque ninguém conseguia atacar o espaço para arranjar forma de desequilibrar, ora porque, ganhas as bolas divididas, as segundas bolas costumavam sobrar para os italianos. Por isso, a solução passou a ser o jogo exterior.
Sem tanto espaço, a Lazio ficou mais desconfortável. No fundo, escassearam as ideias, até porque a frescura também já não era a mesma. Sem uma referência ofensiva, o futebol de Sarri solicitava o virtuosismo de Pedro e de Felipe Anderson (pela primeira vez fez 90 minutos no Dragão...).
Do banco vieram novas opções (Jovane Cabral estreou-se), mas nem por isso melhores soluções. E o que se sentiu perto do fim foi que o 2x1 não era um resultado que desagradasse alguém.
Em Roma, veremos a decisão.
Toni Martínez começou a época a titular, caiu do onze ao fim de pouco tempo, mas, com prestações assim, Sérgio Conceição não tem outro remédio que não o de lhe dar mais atenção. Evanilson deve continuar a ter o lugar, mas já sabe que não pode tirar o pé.
A partir do momento em que o FC Porto estabilizou, a Lazio foi muito pouco capaz no capítulo ofensivo e isso teve muito a ver com a falta de uma referência de ataque. Tentou por fora, com alguns remates de meia distância, o que se revelou curto.