Começou com autêntico golaço, terminou com um remate rasteiro e colocado ao segundo poste. Foi assim que Ricardo Horta escreveu a reviravolta minhota frente ao Paços de Ferreira. O SC Braga voltou a vencer (2x1) os castores depois de quatro jogos, numa partida em que a primeira parte voltou a ser um problema.
Depois de ter saído para o intervalo a perder graças a um golo de Antunes, a reação no segundo tempo justificou a vitória, com o capitão em evidência pelos dois golos marcados.
O passado recente gerava alguma apreensão para o lado bracarense, na visita de um adversário que, nos últimos tempos, tem sido um autêntico osso duro de roer. Sem vitórias caseiras frente ao Paços de Ferreira desde 2017 e um registo recente de quatro duelos sem qualquer triunfo, Carlos Carvalhal lançou o melhor onze à sua disposição, apesar da proximidade da importante deslocação à Moldávia a meio da semana para defrontar o Sheriff.
O momento acabou por resultar numa atitude melhorada, com maior velocidade de execução, que fez empurrar o Paços para o seu meio campo. Em situação de maior aperto, valia a criatividade de Matchoi Djaló, o jovem de 18 anos que César Peixoto confiou com a titularidade. Várias solicitado para fazer a ligação defesa-ataque, para sair em transição, o médio não assumiu o peso da responsabilidade e aproveitou para brilhar.
Em cima do minuto 45, o próprio Matchoi foi derrubado à entrada da área e deu a Antunes, outro dos bons destaques da primeira parte, a oportunidade de criar perigo. E assim foi. O lateral atirou um remate rasteiro por baixo de uma barreira que tinha um homem para impedir precisamente esta situação, mas que de nada valeu. A bola passou por baixo dos que saltaram e entrou junto ao poste de Matheus. Execução perfeita e marcador inaugurado.
Carvalhal tem por hábito fazer várias alterações ao intervalo quando as coisas não estão a correr de feição à equipa, mas não foi o caso. Talvez por achar que o desempenho tenha sido aceitável durante a primeira parte apesar da desvantagem no marcador. A verdade é que a equipa entrou melhor depois do intervalo e logo com um momento de perigo por autoria de Rodrigo Gomes.
As oportunidades eram escassas, mas Ricardo Horta fez questão dar um abanão no jogo com um autêntico míssil de livre direto que entrou no ângulo da baliza de André Ferreira. O golo deu vida às bancadas, responsáveis por ajudar a equipa a crescer no jogo, num conjunto de minutos de enorme pressão. Abel Ruiz foi o responsável por duas grandes oportunidades para conseguir a reviravolta, mas em ambas atirou ao lado.
O Paços também não desarmava e procurava ameaçar no contra ataque, dando a sensação de que o jogo não estaria fechado, até que Ricardo Horta (outra vez ele), chegou ao golo numa bela jogada de combinação do ataque bracarense. Vitinha cruzou para a área e o capitão atirou rasteiro para a cambalhota no marcador que justificou a reação da equipa na segunda parte.
A inspiração coletiva não era muita, mas quando a qualidade junta-se à crença, acontecem coisas destas. Ricardo Horta foi o principal responsável pela reviravolta, com dois golos nos momentos certos e só ao alcance de alguns. O que seria da equipa sem a inspiração do capitão esta tarde?
É uma tendência que tem vindo a ser recorrente nos últimos jogos dos bracarenses. O início até pode ser positivo, mas as primeiras partes acabam sempre com a ideia de que a equipa é capaz de muito mais. Desta vez resultou mesmo em desvantagem, que poderia ter causado danos maiores se não fosse a reação no segundo tempo.
Gustavo Correia não teve o jogo mais tranquilo da carreira. Alguma dificuldade em segurar o ritmo de jogo, que ficou mais quente com o passar do tempo.