Se os quartos de final já eram históricos, o que dizer das meias? O Tondela garantiu a presença na próxima ronda da Taça de Portugal depois de bater (0x1 a.p.) um Rio Ave ousado, que só mostrou ser de uma divisão inferior depois de se ver reduzido a dez. Mesmo aí, a equipa de Luís Freire podia ter sido feliz, mas foi o golo de Dadashov que fez a diferença.
Os primeiros minutos da partida confirmaram a ideia de que as duas estavam separadas por muito pouco em termos de qualidade individual. O Rio Ave, uma equipa histórica do mais alto escalão do futebol português, que está, tal como Pako Ayestarán fez questão de relembrar na antevisão, de «forma circunstancial» no segundo escalão, mostrou-se bem apto a disputar o jogo de olhos nos olhos. E nem a carga competitiva, bem distinta, se fez notar.
Foi assim durante quase toda a primeira parte, com Niasse e Léo Vieira a serem autênticos espetadores. Destaque para a lesão de Pedro Amaral à meia hora de jogo, que motivou a entrada de Gabrielzinho em campo. Sem grande história, a melhor oportunidade só apareceu em cima do intervalo, com um remate de Pedro Augusto que saiu perto da barra.
Só na segunda parte é que o jogo animou e para isso contribuiu a expulsão de Aderllan Santos, num lance peculiar. Artur Soares Dias deu a lei da vantagem depois de um pisão do central sobre Daniel dos Anjos. Na primeira paragem de jogo, o Rio Ave ficou reduzido a dez depois do segundo amarelo a Aderllan.
Luís Freire respondeu com a entrada de Hugo Gomes para recompor a linha defensiva, mas passou a haver mais espaço e Tiago Dantas ficou muito perto de desbloquear o nulo pouco tempo depois.
O Tondela estava em superioridade numérica e a ligeira superioridade é visível, ainda que apenas em posse de bola porque os vilacondenses respondiam bem às tentativas de ataque com transições rápidas.
Foi com normalidade que chegou o prolongamento, visto que os últimos minutos fizeram com que o Tondela estivesse mais preocupado em não perder do que propriamente em ganhar. E assim chegou, novamente com os auriverdes com mais posse de bola, mas desta vez com que vinha a faltar: o golo.
Ao sexto minuto do prolongamento, Arcanjo deu no recém-entrado Dadashov, que fez um chapéu a Léo Vieira e marcou o golo que valeu o apuramento. O Rio Ave tentou até ao fim, mas a falta de ritmo e a inferioridade numérica fizeram a diferença.
O caminho do Tondela na Taça vai continuar até, pelo menos, as meias finais. A equipa de Pako Ayestarán continua a fazer história e vai ter oportunidade de disputar um lugar na mítica final do Jamor.
Voltou a ser expulso, desta vez num jogo decisivo e a eliminar. O central vive um momento complicado, já na segunda temporada a somar erros de forma continuada.
Artur Soares Dias teve mais trabalho do que estava à espera, mas acabou por decidir bem na generalidade dos lances. Alguma dúvida no momento do segundo amarelo de Aderllan ao não intervir logo para mostrar o vermelho.