Como se resume a história de um jogo que «acabou» aos 16 minutos? Vitinha. A nova coqueluche do Municipal de Braga viveu uma noite de sonho e colocou, praticamente sozinho, o SC Braga nos oitavos de final da Taça de Portugal. O internacional sub-21 marcou quatro(!!!!) dos seis golos da vitória (6x0) sobre o Santa Clara, que entrou a «dormir» na tarde minhota.
Por isso, a associação ao mítico programa dos anos 80 e 90 (Boa noite, Vitinho) da televisão portuguesa assenta que «nem uma luva» nesta narrativa, contada na primeira pessoa pelo jovem avançado luso. Ainda havia a gente a sentar-se nas cadeiras e já a equipa de Carlos Carvalhal tinha dado o dia como «fechado» e com a eliminatória no «bolso».
Vitinha, primeiro ato. Minuto três e infelicidade de Ricardo Fernandes. O guarda-redes do clube açoriano fez o que pôde para evitar que os colegas começassem cedo a correr atrás do «ouro», mas se para o remate de Iuri Medeiros ainda teve mãos, para a recarga de Vitinha não havia antídoto possível.
Vitinha, segundo ato. Minuto oito. O golo tem, todo ele, dedo do miúdo maravilha. Na recuperação ainda dentro da metade do campo defendida pelo Braga, no passe que levou mais à frente Iuri Medeiros a colocar-lhe a bola no sítio certo para o 2x0; e no remate final, pois claro, que carregava a negrito a entrada fulminante dos arsenalistas.
Vitinha, terceiro ato. Minuto 16. Que delícia de golo. Com o conforto de uma vantagem tão madrugadora, o SC Braga começou a encantar. Simulação de Al Musrati, combinação entre avançados e nova bola a chegar ao radar de Vitinha. O resto é golo. Hattrick. Estava selada a noite mágica de Vitinha e a resistência do Santa Clara.
Vitinha, quarto ato. Minuto 51. Há mais que se possa acrescentar a uma noite perfeita? Há, claro. Mais golos. Só a bola do jogo não servirá para pontuar o 20 de novembro de 2021 na vida de Vitinha, que voltou do balneário com a mesma «fome» de golo. Por isso, e já depois de tirar um indefeso Paulo Henrique do caminho, fuzilou o inconsolável Ricardo Fernandes para o 4x0 para, depois, ouvir o estádo a aclamá-lo em uníssono.
Atente-se nas aspas, porque não há, obviamente, estrago qualquer em novo golo do Braga, no caso o quinto. Paulo Oliveira foi quem «desfez» a ficha de jogo perfeita de Vitinha, aos 57 minutos, quando decidiu tomar o espaço aéreo para juntar mais um à contagem pesada que se ia fazendo nas hostes do Santa Clara, uma equipa «atropelada» do primeiro ao último minuto na cidade dos arcebispos.
O ato final de toda uma peça que teve Vitinha como protagonista maior deu-se em cima do minuto 90 - quando a estrela do jogo já tinha sido substituída para os aplausos gaudiosos da plateia braguista. Wanderson Galeno foi derrubado por Ricardo Fernandes dentro da área visitante e tratou de converter ele próprio a grande penalidade. Remate rasteiro e forte para o canto esquerdo. 6x0. Nada mais a dizer.
6-0 | ||
Vitinha 3' 8' 16' 51' Paulo Oliveira 57' Wenderson Galeno 88' (g.p.) |